Autor: Lusa/AO Online
"Milhões de pessoas tiveram que fazer malabarismos para cuidar dos filhos e trabalhar a partir de casa, viram empregos ou rendimentos eliminados ou foram excluídas do apoio a trabalhadores por conta própria. Se não ajudarmos as famílias durante esta pandemia, vamos desacelerar a nossa recuperação económica à medida que a sairmos”, argumentou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, disse no domingo que os deputados do Partido Conservador, que têm maioria absoluta no Parlamento, vão abster-se, deixando a moção ser aprovada, mas como não é vinculativa não obriga o Governo de Boris Johnson a implementar o resultado.
Um estudo publicado hoje pela Resolution Foundation estima que a economia britânica cresça mais de 10% no ano fiscal 2021/22, mas que os rendimentos das famílias mais pobres vão diminuir devido ao aumento do desemprego e fim dos apoios sociais introduzidos pelo Governo durante a pandemia.
"Se o governo decidir não avançar com a reversão do aumento de 1.000 libras por ano para o subsídio, a queda dos rendimentos nos escalões mais baixos pode ser reduzida em mais de metade”, lê-se no documento, intitulado "The Living Standards Outlook 2021”.
Esta medida “tem um grande impacto nas famílias de rendimentos baixos. Para agregado com rendimentos entre 13 mil e 14 mil libras, tem grande impacto”, vincou um dos autores do estudo, Daniel Tomlinson, numa apresentação esta manhã.
Um grupo de deputados do Partido Conservador manifestou-se favorável à proposta da oposição, mas o Governo recusou tomar uma decisão antes da apresentação do orçamento para o próximo ano fiscal pelo ministro das Finanças, Rishi Sunak, programada para 03 de março.
O Reino Unido é um dos países mais afetados pela pandemia covid-19, tendo o Produto Interno Bruto (PIB) contraído 2,6% em novembro, quando foi decretado um confinamento nacional em Inglaterra que resultou no encerramento de comércio não essencial e setor da restauração.
O
país corre o risco de entrar numa recessão dupla tendo em conta que,
depois do alívio das restrições em dezembro, voltou a estar em
confinamento em janeiro, medidas que deverão manter-se durante pelo
menos seis semanas.