Açoriano Oriental
Macron quer limite ao poder de veto do Conselho de Segurança da ONU para crimes em massa

O Presidente francês Emmanuel Macron pediu na ONU a limitação do direito de veto no Conselho de Segurança em caso de “crime em massa”, no âmbito de uma reforma para tornar este importante órgão mais eficaz.

Macron quer limite ao poder de veto do Conselho de Segurança da ONU para crimes em massa

Autor: Lusa/AO Online

Um grande número de Estados-membros da ONU apela à reforma do Conselho de Segurança, que está paralisado e é considerado não representativo do mundo atual, pedindo em particular um aumento do número de membros permanentes.

A partir do palanque da Assembleia Geral, em Nova Iorque, o chefe de Estado francês reiterou o seu apoio ao pedido do Japão, da Índia, da Alemanha e do Brasil, bem como de dois países africanos, para se tornarem membros permanentes.

Mas "a reforma da composição do Conselho de Segurança por si só não seria suficiente para restaurar a sua eficácia e, por isso, espero que esta reforma permita também alterar os métodos de trabalho, limitar o direito de veto em caso de criminalidade em massa, e concentrar nas decisões operacionais necessárias para manter a paz e a segurança internacionais”, acrescentou.

“É isso que devemos ter a coragem e a ousadia de fazer, e que com os atuais membros permanentes devemos levar a cabo”, insistiu.

O Conselho de Segurança da ONU tem atualmente cinco membros permanentes, Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China, mais dez membros não permanentes eleitos por períodos de dois anos, respeitando a representação geográfica.

O seu funcionamento está em grande parte paralisado pelos vetos, especialmente da Rússia e dos Estados Unidos.

“Ouço muitas vozes a dizerem que, basicamente, as Nações Unidas deveriam ser atiradas para o lixo”, observou Emmanuel Macron, rejeitando esta ideia ao apelar à comunidade internacional para tornar a ONU “mais eficaz”.

Emmanuel Macron reuniu-se na terça-feira com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, no âmbito da Assembleia Geral da ONU, reiterando o seu apoio à agressão russa e ao plano de paz de Kiev.

Além de ter sido informado sobre o desenvolvimento da guerra, Macron “recordou que a segurança da Ucrânia constitui parte integrante da segurança europeia”.

O Presidente francês, que tem mantido à margem da Assembleia Geral da ONU encontros com outros líderes internacionais, “recordou o direito inerente da Ucrânia de se defender e proteger os seus cidadãos”.

Macron manifestou também o seu apoio ao plano de paz de Zelensky e “a sua determinação em trabalhar com todos aqueles que procuram sinceramente os meios para melhor proteger os civis, limitar o impacto da guerra na estabilidade internacional e alcançar uma paz justa e duradoura”.


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