Autor: Lusa / AO online
Falando aos jornalistas, o diretor nacional de Política de Defesa no Ministério da Defesa de Moçambique, Cristóvão Chume, disse que as Forças Armadas moçambicanas "não têm intenção de atacar Sandjudjira, e seja qual for o sítio nos próximos dias e muito menos abater qualquer elemento da Renamo".
"Mas prometemos que vamos responder de forma muito forte a qualquer investida por parte de qualquer pessoa que queira atacar as nossas forças", assegurou Cristóvão Chume, que, no entanto, desmentiu ter havido vítimas mortais no confronto ocorrido na província de Sofala, no centro do país.
Questionado pela Lusa se as afirmações não representavam uma declaração de guerra, Cristóvão Chume disse que qualquer pessoa que é atacada "tem direito de usar a legítima defesa para se proteger".
"Eu penso que não é declaração de guerra. Quem declara guerra é aquele que vai atacar. Quem é atacado age sempre em legítima defesa. Portanto, isso não é declaração de guerra. Penso que qualquer um de nós quando é atacado tem direito de usar a legítima defesa para se proteger".
Na quinta-feira, o exército governamental afirmou ter capturado seis homens na região de Mucodzi, distrito de Gorongosa, Sofala, centro de Moçambique, após confrontos com guerrilheiros da Renamo.
Na sexta-feira, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, denunciou um ataque por forças combinadas do governo, incluindo comandos, à base onde se encontra Afonso Dhlakama, na Serra da Gorongosa, no centro de Moçambique.
Diversos populares disseram à Lusa que na manhã de sexta-feira "viaturas com militares e carregando canhões, entraram em Sandjudjira" e um jornalista da Lusa no local avistou igualmente uma movimentação militar a caminho daquela base da Renamo.
"Os disparos são intensos, e já recolhemos para dentro de casa", disse à Lusa, por telefone, Abdul Domingo, um comerciante, que reside perto da base da Renamo.
O líder da Renamo desafiou o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, a "levantar as escoltas" de viaturas em Muxúnguè, Sofala, centro de Moçambique, mas para Cristóvão Chume o que as forças governamentais vão "continuar a fazer é proteger as populações e os seus bens naquela região e criar condições para que as atividades continuem a fluir normalmente".
"Achamos que as Forças Armadas de Defesa de Moçambique não são um instrumento para perseguir os moçambicanos. Os guerrilheiros da Renamo são moçambicanos, o líder da Renamo também é moçambicano e as Forças Armadas são um instrumento para proteger os moçambicanos", disse.
Em abril, o exército e a polícia antimotim iniciaram a escolta de viaturas na Estrada Nacional Um (N1), a principal do país, no troço entre Save e Muxúnguè, em Sofala, centro de Moçambique, após ataques reivindicados pela Renamo, que resultaram na morte de civis e militares, além de feridos.