Açoriano Oriental
Governo dos Açores intervém no ilhéu de Vila Franca para melhorar a qualidade da água

A Direção Regional dos Assuntos do Mar dos Açores e seis outras entidades estão a desenvolver um programa que visa melhorar a qualidade da água do ilhéu de Vila Franca do Campo, anunciou o Governo Regional.

Governo dos Açores intervém no ilhéu de Vila Franca para melhorar a qualidade da água

Autor: Lusa/AO Online

No âmbito desta iniciativa na cratera, classificada como reserva natural e que foi alvo de várias contaminações em 2020, “foi acordada uma ação concertada, baseada no conhecimento e na sustentabilidade”.

A iniciativa envolve, para além da Direção Regional dos Assuntos do Mar, o Parque Natural da Ilha de São Miguel, a Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, o Clube Naval de Vila Franca do Campo, a Capitania do Porto de Ponta Delgada, a Direção Regional das Pescas e a Delegação de Saúde de Vila Franca do Campo.

Segundo uma nota do gabinete de imprensa do executivo açoriano, foi criado um grupo de trabalho, com representantes das sete entidades, que se “reúne mensalmente para acompanhar as medidas em desenvolvimento e, se pertinente, propor ajustes e/ou a adoção de novas ações”.

De acordo com o Governo dos Açores, este programa surge da “necessidade de promover o incremento da qualidade da água balnear face aos resultados desfavoráveis obtidos no ano passado”.

Assim, é referido na nota, “por forma a avaliar as causas que possam originar a contaminação” entre abril e dezembro será desenvolvida uma campanha que “vai monitorizar não só a qualidade da água na cratera como também no exterior e ainda a população de gaivotas e dos seus hábitos, nas zonas de nidificação e de alimentação”.

Paralelamente, devem ser implementadas medidas para diminuir a contaminação fecal do ambiente e da água do mar, nomeadamente “as relacionadas com a adequada gestão dos resíduos urbanos e das águas residuais, a higiene e limpeza dos espaços públicos, a diminuição da disponibilidade de alimento fácil para as gaivotas, a fiscalização do cumprimento de normas ambientais e a sensibilização da população para a adoção de boas práticas ambientais”, é acrescentado.

Na nota, o executivo regional, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, lembra que o ilhéu é uma “zona balnear emblemática, com a originalidade de se situar no interior de um vulcão submarino, um local de elevado valor ambiental e paisagístico, que importa preservar”.

A 05 de fevereiro, a deputada do PSD/Açores Sabrina Furtado pediu ao Governo dos Açores relatórios da ação do anterior executivo em relação à qualidade da água no ilhéu de Vila Franca do Campo.

Numa nota enviada às redações, o gabinete de imprensa do partido adiantou que a parlamentar social-democrata enviou um requerimento à Assembleia Legislativa Regional, onde sublinha que “são conhecidas e públicas as notícias sobre a qualidade das águas do ilhéu" e, "devido aos resultados das análises efetuadas, o mesmo foi várias vezes interditado a banhos”, por causa da contaminação das águas.

Antes, em agosto de 2020, o anterior executivo regional, do PS, tinha anunciado que "análises efetuadas pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge às amostras de águas marinhas recolhidas, a 27 de julho, dentro do Ilhéu de Vila Franca do Campo e nas suas imediações", revelaram que "as bactérias fecais (Escherichia coli e Enterococcus intestinais) encontradas" eram de "origem humana e animal”.

Segundo a nota divulgada na altura, foram recolhidas amostras em quatro pontos distintos e as análises mostraram que, “a 27 de julho, não havia contaminação fecal de origem humana na lagoa do ilhéu, sendo que as bactérias em presença provinham exclusivamente de fezes de gaivotas”.

No entanto, “a 20 metros da entrada da abertura da lagoa, já se registou a presença de bactérias fecais de origem animal, mas também humana, sendo que, nos pontos a 50 e a 200 metros daquele local, as bactérias eram exclusivamente de origem humana”, era ainda referido na nota.

O Ilhéu de Vila Franca foi classificado como Reserva Natural Regional em 2004.

Teve origem numa erupção submarina que originou uma cratera quase circular, com cerca de 150 metros de diâmetro e com comunicação com o mar.

É constituído por dois ilhéus e constitui uma zona de nidificação e de passagem de algumas espécies marinhas como o Cagarro e o Garajau-Comum.

Contempla ainda espaços naturais de Faia-da-terra e de Urze, enquanto que a nível marinho compreende várias espécies de algas e invertebrados, sendo dos principais atrativos turísticos da ilha de São Miguel.


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