Açoriano Oriental
Governo da Madeira acusa República de desprezar setor da Educação e seus profissionais

O Governo da Madeira considerou que o Governo da República “despreza a Educação” e desvaloriza os seus profissionais, destacando que na região foram implementadas medidas para os docentes terem as condições laborais “mais justas do país”

Governo da Madeira acusa República de desprezar setor da Educação e seus profissionais

Autor: Lusa/AO Online

As políticas implementadas pelo executivo madeirense (PSD/CDS) resultaram “no reconhecimento dos profissionais do setor relativamente às suas condições sociolaborais, sem dúvida as mais justas de um país que parece desprezar a importância da Educação e o papel decisivo dos seus profissionais”, disse o secretário da Educação, Ciência e Tecnologia na Assembleia Legislativa da Madeira.

Jorge Carvalho falava no âmbito do debate na especialidade do Orçamento Regional (2.071ME) e Plano de Investimentos (775ME) para 2023.

As propostas foram aprovadas na segunda-feira, na generalidade, com os votos favoráveis da maioria do PSD/CDS, abstenção do JPP e PCP e contra os dos deputados do PS, o maior partido da oposição (ocupa 19 dos 47 lugares no hemiciclo).

O Governo Regional afetou à secretaria da Educação, Ciência e Tecnologia mais de 448,2 ME (21,6% do Orçamento), sendo cerca 407 mil euros para as diversas áreas educativas e mais de 41.400 para investimentos do Plano, mencionou o governante no parlamento.

O responsável afirmou que o orçamento “assegura a formação integral das crianças e jovens madeirenses, garantindo que as condições relativas aos recursos humanos, materiais e apetrechamento condizentes com esse propósito e colocando à disposição das famílias os instrumentos de justiça social”.

Entre outros aspetos, sublinhou que o OR/2023 vai permitir a “entrada no quinto dos sete anos previstos para o programa de recuperação integral do tempo de serviço cumprido pelos professores, mantendo, as condições laborais dos docentes mais justas de todo o país”

O responsável indicou que “3.550 professores beneficiaram da recuperação do tempo de serviço” no arquipélago e que 447 docentes contratados foram vinculados nos últimos seus anos.

Jorge Carvalho salientou que a Região vai continuar a apostar no projeto dos manuais digitais, que atingirá, no próximo ano, a totalidade dos alunos matriculados nas escolas públicas entre o 5.º e o 10.º ano, além de algumas turmas do 11.º.

O secretário adiantou que esta medida vai ser complementada com a disponibilização de manuais e fichas de estudo a todas as crianças do 1.º ciclo, “passando assim a cobrir 100%”.

Isto representa um aumento “de 33%, em conjugação com os diversos projetos de transição digital em curso no setor da Educação e com a elevação dos montantes das bolsas de estudo”, o que permite “um todo equilibrado e harmonioso, de largo impacto no orçamento das famílias”, realçou.

Pelo PS, Miguel Brito criticou a “política de propaganda e populismo” do Governo Regional, afirmando que a política da “Educação está a falhar”.

A socialista Elisa Seixas complementou que o reconhecimento de que 67% das famílias com alunos no 1.º ciclo a precisarem de ação social, evidencia que “o modelo do PSD tem sido governar para uma minoria privilegiada à custa de uma maioria com a corda ao pescoço”.

O JPP, através do deputado Paulo Alves, criticou o “mau planeamento” da política educativa e as decisões de fusão de escolas na Madeira, tendo o secretário justificado a sua necessidade com a situação da “falta de alunos”.

O deputado único do PCP admitiu que a Madeira “teve uma medida positiva” na progressão das carreiras dos professores, mas, apontou que “continuam a existir medidas injustas”, sendo a secretaria regional da Educação “a que tem mais trabalhadores com vínculos temporários”.

Por seu turno, o líder parlamentar do CDS-PP, partido que integra com o PSD a coligação do Governo Regional, declarou que “existe paz na Educação da Madeira”, censurando que o arquipélago “tenha ficado mais uma vez de fora do anúncio da construção de residências universitárias”.


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