Açoriano Oriental
Ucrânia
EUA defendem cessar-fogo como sinal de boa fé para negociações de paz

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, defendeu um cessar-fogo na guerra da Rússia contra a Ucrânia como sinal de boa-fé para as negociações de paz promovidas pelo Presidente norte-americano

EUA defendem cessar-fogo como sinal de boa fé para negociações de paz

Autor: Lusa/AO Online

“Penso que o Presidente disse que isto poderia fazer parte de uma demonstração de boa-fé no início das negociações, cujo objetivo é acabar com os assassinatos, a violência e as mortes”, afirmou numa conferência de imprensa, realizada em Varsóvia, ao lado do seu homólogo polaco, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz.

“Parte disto [da demonstração de boa-fé] poderia ser um cessar-fogo, seria um desenvolvimento bem-vindo”, referiu.

O responsável do Pentágono voltou a destacar que, no âmbito destas negociações, que já declarou como iniciadas, “é improvável” que a Ucrânia recupere os territórios ocupados pela Rússia em 2014, referindo-se à península da Crimeia, assim como é pouco provável que existam tropas norte-americanas no país invadido em caso de cessar-fogo ou de adesão da Ucrânia à NATO.

“Dito isto, nunca colocaria limites ao que o Presidente dos Estados Unidos estaria disposto a negociar com os líderes soberanos da Rússia e da Ucrânia”, disse Hegseth.

“Portanto, ainda não se sabe como ficarão essas fronteiras, e penso que isso fará parte da discussão entre o nosso Presidente (o Presidente ucraniano Volodymyr) Zelensky e (o líder do Kremlin, Vladimir) Putin, e provavelmente também com o envolvimento da Europa nessas discussões”, acrescentou.

Respondendo aos alertas dos aliados da NATO sobre as consequências de permitir a Putin manter o território ucraniano ocupado e encorajá-lo a lançar futuros ataques ou mesmo invadir o flanco leste da aliança, o secretário da Defesa norte-americano disse que o Presidente russo “irá declarar vitória de qualquer forma”.

“Felizmente, a bravura dos ucranianos e dos aliados que os apoiaram, especialmente no início da guerra, dissuadiu e impediu Vladimir Putin de conseguir o que queria, que era [ficar com] toda a Ucrânia”, sublinhou.

Mas, sublinhou Hegseth, se a resposta da NATO for aumentar realmente as suas capacidades, as suas contribuições e as suas despesas, “então não creio que Vladimir Putin se sinta encorajado por este resultado”.

Esse cenário “será um reconhecimento d a capacidade coletiva do Ocidente para o travar”, adiantou ainda.

O responsável do Pentágono realçou ainda que “para negociar um acordo, não é necessário estar numa posição de confiança” com a Rússia.

Considerando que não se deve confiar em Putin para negociar o fim da guerra na Ucrânia, o secretário norte-americano admitiu que “não é preciso confiar em alguém para negociar” com essa pessoa.

Hegseth aproveitou ainda a conferência de imprensa para avisar a Europa que as tropas norte-americanas não se manterão para sempre no continente.

“É por isso que a nossa mensagem é tão clara para os nossos aliados europeus. É tempo de investir, porque não se pode presumir que a presença norte-americana durará para sempre”, disse

Embora tenha assegurado que os Estados Unidos “estão empenhados na NATO”, o responsável abriu a porta a outros debates, não necessariamente imediatos.

“O que irá acontecer daqui a cinco, 10 ou 15 anos faz parte de uma discussão mais ampla”, referiu, reiterando que “agora é o momento de investir”.

Trump propôs aumentar a meta de gastos em defesa da NATO para 5% do PIB, e o seu secretário da Defesa disse na quinta-feira que “o ‘status quo’ não pode durar para sempre” dentro do bloco e que a Europa “precisa de gastar mais”.

“A NATO precisa de gastar mais, precisa de investir mais”, insistiu o secretário da Defesa, adiantando que, à porta fechada, tanto o secretário-geral da NATO, Mark Rute, como muitos aliados partilham a mesma ideia.


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