Autor: Lusa/AO Online
Este destacamento – que o embaixador norte-americano descreve como "a mobilização militar mais significativa na Europa desde a Segunda Guerra Mundial" - inclui tropas russas na Bielorrússia, na Rússia e na península da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014.
Carpenter apresentou estes números durante uma reunião em Viena da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), convocada pela Ucrânia, na qual a Rússia decidiu não participar, tal como tinha feito num outro encontro, na passada terça-feira.
De acordo com o "Documento de Viena" - um mecanismo de redução de risco - qualquer um dos 57 países membros da OSCE pode pedir explicações sobre movimentos militares incomuns perto das suas fronteiras.
Carpenter sublinhou que, além dos exercícios militares em terra perto da Ucrânia, o Exército russo realizou um exercício naval de grande dimensão no Mar Negro, no Mar Báltico e no Ártico.
“Só no Mar Negro o exercício envolve mais de 30 navios e estimamos que vários navios de desembarque anfíbios foram transferidos da frota do Norte e do Báltico para o Mar Negro para aumentar as suas forças na região”, explicou o embaixador, que alertou ainda para as eventuais tentativas da Rússia de criar um pretexto para justificar uma invasão da Ucrânia.
"Temos informações de várias fontes com pormenores dos esforços da Rússia para fabricar supostas 'provocações ucranianas' e formar uma narrativa pública para justificar uma invasão russa", disse o embaixador dos EUA.
O representante dos EUA na OSCE propôs à Rússia várias medidas para reduzir as tensões, incluindo o convite de observadores para áreas com concentração de tropas e voos de verificação com helicópteros.
No mesmo sentido de procurar uma diminuição do clima de tensão,
o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, conversou telefonicamente
com o seu homólogo russo, Sergei Shoigu, pedindo uma "redução da
escalada", alegando que as tensões nas fronteiras da Ucrânia estão num
pico.