Açoriano Oriental
Espetáculo combina música, narrativa e elementos visuais

"Sonho de uma noite de Verão” será interpretado pela Sinfonietta de Ponta Delgada, este sábado, pelas 21h30, no Teatro Micaelense. O espetáculo combina diversas expressões artísticas que incluem música, teatro e aspetos visuais

Espetáculo combina música, narrativa e elementos visuais

Autor: Carlota Pimentel

“Sonho de uma Noite de Verão” será o próximo espetáculo do Teatro Micaelense que se realiza este sábado, marcando o início da nova temporada do teatro. A música será interpretada pela Sinfonietta de Ponta Delgada, sob a direção do maestro Amâncio Cabral, e o texto será narrado pelo carismático ator português, João Reis.

O repto foi lançado pela Quadrivium, entidade responsável pela produção do espetáculo, a Alexandra Batista e Francisco Rosas para integrarem a equipa criativa de “Sonho de uma Noite de Verão”. Segundo Ana Carvalho, produtora executiva desta associação artística, Francisco Rosas e Alexandra Batista, que trabalham juntos pela primeira vez neste projeto, “atuam em sítios diferentes, mas são bastante complementares.”

Para Francisco Rosas, que está encarregue da criação visual e desenho de luz de “Sonho de uma Noite de Verão”, este é mais do que um concerto. “É um concerto narrado, que tem várias ambiências. No fundo, é quase como se as pessoas viessem ouvir uma história”, explica, adiantando que “é um conjunto de sensações que eu acho que resulta muito bem e a música complementa o que estamos a tentar fazer.”

“Estamos a tentar dar corpo e unidade a uma obra, que é inspiradora musicalmente, que nos faz pensar e criar imagens e sensações”, elucida Alexandra Batista, responsável pela cenografia e imagem, cujo objetivo, no final do espetáculo, é ter conseguido “envolver os músicos e o público numa experiência que nos remete para vários dos nossos sentidos.”

Quanto ao processo criativo para desenvolver a atmosfera de “Sonho de uma Noite de Verão”, desde a conceção inicial até à execução final, Alexandra Batista aponta que o facto de ter começado a criar os aspetos cenográficos noutro espaço dificultou o trabalho da equipa criativa, por questões relacionadas com a escala, a colocação dos elementos no espaço e por limitações dos equipamentos.

“Foi complicado passarmos do armazém 8 dos Valados, com as coisas todas na carrinha, para o teatro e, quando chegamos, percebemos que a escala é outra”, referiu. Além disso, prosseguiu, “temos que ocupar e moldar o espaço, de acordo com a nossa ideia e através da luz, do som, etc.”

A responsável pela cenografia e imagem do espetáculo aponta também que a falta de um orçamento confortável “tem sido um exercício muito interessante”, tendo em conta que “estamos sempre a trabalhar com base em improviso.” No entanto, para Alexandra Batista, o verdadeiro desafio assenta em”fazer com que as coisas tenham coerência” e que, em simultâneo, “não sejam pretensiosas. Queremos fazer um trabalho que vá ao encontro da obra”, realça.

Francisco Rosas partilha da mesma opinião: “A nossa preocupação foi conseguir uma coerência entre todos os elementos, que incluem luz, vídeo, música, ambientes sonoros e o cheiro das plantas que pusemos no teatro”, de modo a proporcionar uma experiência sensorial ao público.

Alexandra Batista demonstrou vontade em poder envolver mais o público no processo, porém, como explica, “isto significava podermos intervir também na plateia, mas existem condicionalismos da relação do público com o teatro que têm de ser respeitados.” Ainda assim, no que diz respeito às sensações, “não vamos estar só a olhar para os músicos a tocar os seus instrumentos”, garante. “Há uma série de apontamentos que estão ligados à partitura”, tais como “a escolha cromática, a escolha das formas e o momento em que surgem”, acrescentou Alexandra Batista.

Ana Carvalho concorda com a ideia de que “não é só a música ao vivo, há várias coisas a acontecer no momento”, como por exemplo “o trabalho de sombras e a projeção que está a ser feita ao vivo.”

No entender da produtora da Quadrivium, “Sonho de uma Noite de Verão” é “um grande manifesto das diversas frentes artísticas que podemos ter num só espetáculo”, tendo em conta que combina expressões diferentes – música, teatro e aspetos visuais.

Por sua vez, Francisco Rosas termina com um apelo para que as pessoas vão ver o espetáculo.


“Sonho de uma Noite de Verão” inaugura nova temporada doTeatro Micaelense

Felix Mendelssohn, um dos maiores prodígios da história da música, esteve sempre familiarizado com a obra de William Shakespeare. Segundo o comunicado do Teatro Micaelense, ao descobrir a comédia “Sonho de uma noite de Verão”, Mendelssohn escreveu, de imediato, uma abertura, uma obra musical de “originalidade notável”, maturidade absoluta, onde todas as personagens da obra teatral se encontram representadas. Mais tarde, a fazer justiça à “magistral abertura”, o compositor escreveu uma partitura completa de música incidental.  

Conforme a mesma nota, este Sonho de uma Noite de Verão será uma experiência imersiva de luz, som e projeção, num ambiente criado por Alexandra Batista e Francisco Rosas para transformar o sonho em realidade.

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