Autor: AO Online
A Rua Direita, em Angra do Heroísmo, vai transformar-se, pelo segundo ano consecutivo, no palco de várias artes performativas, que se inspiram na história e nas estórias da cidade.
Organizado pela associação cultural Cães do Mar, sediada na Terceira, este projeto consiste na apresentação de micro-performances e instalações artísticas em cafés, lojas e locais de interesse ao longo da rua que lhe dá nome.
O programa deste ano já foi dado a conhecer, esta semana, pela diretora artística da Cães do Mar, Ana Brum, na centenária loja Basílio Simões, um dos vários espaços que vão acolher o evento.
Estão previstos espetáculos de curta duração, de caráter multidisciplinar, envolvendo música, teatro e dança. “Todos estes trabalhos vão buscar raízes nas memórias e nas pesquisas que vamos fazendo acerca da cidade, acerca da rua [Direita]”, afirmou Ana Brum, durante a apresentação do programa.
“Tentamos manter uma relação com as pessoas; receber das pessoas e devolver-lhes, através da criação artística, as suas memórias e as suas vivências, e o seu espaço. Queremos criar na Rua Direita um espaço de troca, de diálogo - um diálogo entre a arte, o comércio, entre várias gerações e entre diversas formas de expressão artística, também”, sublinhou a diretora artística da Cães do Mar.
Para além da Basílio Simões, o café Verde Maçã, antiga Loja dos Linhos, a Expert, a Delegação de Turismo de Angra do Heroísmo, o pátio da Alfândega e a esquina da Travessa de São João são alguns dos locais que acolhem os espetáculos do Rua Direita 2022.
Realizado pela primeira vez em 2021, o Rua Direita desafia artistas locais e internacionais a trabalharem juntos e a (re)descobrirem as memórias de Angra de Heroísmo. Peter Cann, Derek Nisbet (Talking Birds), Romulus Neagu, Diana Rosa, Bianca Mendes e Hélder Xavier, Ricardo Ávila, Edmir Ribeiro e Laura Brasil são nomes que fazem parte do programa deste ano.
A dança, o vídeo, o teatro, a música e as paisagens sonoras colaboram numa proposta cultural para uma viagem pelas entranhas da cidade, que pretende valorizar a sua história e o seu património.
Os espetáculos acontecem sete vezes por dia às quintas e sextas, sendo que aos sábados haverá um espetáculo de teatro nas varandas da Rua Direita, interpretado pelos Grupo de Teatro Alpendre e pelo projeto Matilha, da associação Cães do Mar, com direção artística do dramaturgo inglês Peter Cann.
Está, também, previsto um workshop nos dias 9 e 10 de julho com o bailarino e coreógrafo romeno Romulus Neagu, que, em Portugal, tem vindo a trabalhar com a Companhia Paulo Ribeiro, em Viseu.
Queremos que a Rua Direita seja “um espaço onde possamos todos marcar encontro”, sublinhou Ana Brum, acrescentando que o projeto pretende, "promover o diálogo entre a comunidade [local] e a comunidade artística".
Ana Brum defende que o Rua Direita "é um pretexto para falar da cidade” e que serve para “potenciar o diálogo com a população e os visitantes” de Angra.
Destaque-se, ainda, a instalação sonora, com assinatura do músico inglês Derek Nisbet, na Loja de Tintas da Basílio Simões, onde o público será convidado a entrar e fruir da viagem do tempo que o espaço oferece, e onde fragmentos de entrevistas, músicas originais e sons da cidade formam uma impressão sonora da Rua Direita, do passado e do presente.
O Rua Direita é financiado pela DGArtes, do Ministério da Cultura, e conta com o apoio da Direção Regional da Cultura e da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.