Autor: Nuno Martins Neves
A Secretaria Regional da Saúde e Segurança Social deixou a garantia de liquidar, até ao final desta semana, a dívida de 234 mil euros ao Instituto São João de Deus, entidade que gere a Casa deSaúde de São Miguel e a Casa de Saúde São Rafael (Terceira).
O compromisso foi assumido na reunião realizada na segunda-feira, dia 19 de maio, entre a direção do ISJD e a secretária regional da Saúde e Segurança Social, apurou o Açoriano Oriental junto de fonte da instituição particular de solidariedade social.
Esta reunião, que já estava agendada, surge depois da ISJD ter denunciado publicamente a dívida do Governo Regional, com a instituição a colocar em questão a continuidade da prestação dos cuidados de saúde ao nível do internamento, na área dos comportamentos aditivos e dependências nos Açores, devido a esses mesmos atrasos.
A presença de Mónica Seidi no encontro foi tida pela direção da ISJD como uma demonstração de empenho na resolução do problema e reconhecimento do trabalho desenvolvido pelas duas casas de saúde nos Açores, responsáveis pelo internamento de doentes toxicodependente na Região.
Segundo a mesma fonte, da reunião com a tutela saíram três compromissos: além do pagamento da referida dívida até ao final da presente semana, a tutela comprometeu-se a saldar a dívida da saúde mental até ao final de junho e a proceder à avaliação do processo de referenciação de doentes, para que seja mais ágil e não deixe nenhum utente sem tratamento.
De recordar que no comunicado do dia 9 de maio, a ISJD tinha demonstrado a sua oposição ao atual modelo de referenciação de utentes para internamento/tratamento, que exige a obrigatoriedade de serem referenciados por outras instituições com intervenção em CAD, excluindo as casas de saúde de São Miguel e de São Rafael.
No entendimento da
ISJD, tal modelo não só é contrário ao que se verifica no Continente e
na Madeira, como “compromete a acessibilidade do utente”,
principalmente numa altura em que o número de utentes que atualmente se
estão a deparar com graves constrangimentos ao seu
internamento/tratamento “está a aumentar exponencialmente”.
Quanto ao
valor da diária de internamento, cujo compromisso assumido pela tutela
no final de 2024 de aumentar de 50 eros para 65 euros, é um dossiê que
será abordado após a liquidação da dívida.