Autor: Lusa/AO Online
A 14 de maio, os trabalhadores dos matadouros dos Açores cumpriram um dia de greve para exigir o pagamento de retroativos de 2024, relativos às alterações na carreira, e admitiram nova paralisação numa das alturas do ano de maior procura dos serviços.
A paralisação, de um dia nos matadouros públicos dos Açores, geridos pelo Instituto de Alimentação e Mercados Agrícolas (IAMA), foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA).
Em comunicado, o STFPSSRA adianta que, na sequência da greve de 14 de maio, "o Governo apresentou uma proposta relativamente ao pagamento dos retroativos devidos do ano de 2024".
Após a realização de plenários com trabalhadores e o sindicato, "foi decidido, de forma democrática, aceitar a proposta e aguardar pelo cumprimento do pagamento já no próximo mês de junho", revela a direção regional do sindicato.
O STFPSSRA sublinha que os trabalhadores vão manter-se "vigilantes", admitindo reforçar as ações de luta, caso "o compromisso" assumido pelo executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) não seja concretizado.
"O Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública e Sociais do Sul e Regiões Autónomas continuará a acompanhar de perto todo o processo, exigindo respeito pelos compromissos firmados e pela dignidade dos profissionais", lê-se na nota.
Em causa está a aplicação do Decreto Legislativo Regional n.º 11/2024/A, de 21 de novembro de 2024, que define o regime jurídico da carreira especial dos trabalhadores dos matadouros da rede regional de abate da Região Autónoma dos Açores.
O novo regime previa uma regularização salarial, com retroativos a 01 de janeiro de 2024, mas ainda só foram pagos retroativos a 01 de janeiro de 2025.
Os matadouros públicos dos Açores têm mais de 300 trabalhadores.
A 14 de maio, o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, garantiu, em declarações aos jornalistas, que as atualizações salariais dos trabalhadores dos matadouros serão pagas em junho, mas apelou à responsabilidade, assinalando que o executivo “não tem varinhas mágicas para corresponder às ambições de todos".