A Portos dos Açores apresentou um resultado líquido negativo de 922,8 mil euros no ano de 2024, tendo, no entanto apresentado o “maior volume de negócios desde a fusão da empresa”, em 2011, de acordo com o Relatório e Contas da empresa.

Segundo este documento relativo ao ano de 2024, consultado pelo Açoriano Oriental, “registou-se uma evolução positiva nos principais indicadores de atividade da empresa, nomeadamente no número de escalas de navios, no movimento total de mercadorias, no volume de contentores cheios movimentados e no número de escalas e tripulantes no segmento da náutica de recreio”.

No ano em análise, a Portos dos Açores encerrou o exercício das suas atividades com um resultado negativo que, apesar de ser quase um milhão de euros, representa uma melhoria relativamente ao registado no ano transato, face ao resultado negativo de 1 milhão e 520 mil euros.

A Portos dos Açores explica que este resultado resulta, por um lado, no “comportamento muito positivo do resultado operacional”, que apresentou uma melhoria de 63% face ao registado no ano anterior (2 milhões e 261 milhares de euros em 2023, para 3 milhões e 687 milhares de euros em 2024) e, por outro lado, com o “acréscimo substancial no resultado financeiro”, que registou um aumento de 22% (3 milhões e 759 milhares de euros em 2023, para 4 milhões e 568 milhares de euros em 2024).

A Portos dos Açores, única administração portuária da Região Autónoma dos Açores, apresentou um volume de negócios que totalizou 28,6 milhões de euros, um acréscimo de 11% em comparação com o período homólogo.

Conforme revela esta empresa, este acréscimo foi impulsionado principalmente pelo aumento homólogo de 11% verificado nas atividades relacionadas com prestação de serviços prestados à carga/descarga, bem como pela subida em termos homólogos de 8% relativamente aos serviços prestados a navios.

No que diz respeito à movimentação de mercadorias, é possível observar “resultados muito satisfatórios nos últimos anos, com tendência global crescente”, realça a Portos, acrescentando que em 2024 houve um movimento muito próximo de 2,8 milhões de toneladas, valor que representa uma variação positiva de 6,5%face ao ano transato, mas que também representa também “o valor mais elevado do último triénio”.

Quanto à dívida financeira desta empresa pública, esta manteve-se praticamente idêntica em comparação com 2023 (reduziu em cerca de 70 mil euros), enquanto  a taxa global de encargos aumentou 21%, sendo que “esta taxa que se manteve estável em 2021 e 2022, aumentou em 2024, fruto do aumento generalizado da taxa Euribor”, explica a Portos.

Ainda sobre esta matéria, é possível ler no documento que o principal obstáculo à sustentabilidade financeira da Portos dos Açores reside sobre o elevado nível de endividamento acumulado nos últimos anos e que atingiu a 31 de dezembro de 2024, um total de 133,6 milhões de euros.

Para além disto, a empresa diz que regista, desde o processo de fusão, um défice estrutural, coberto anualmente com o recurso a capitais alheios, em particular com o sucessivo reforço do endividamento bancário.

No entanto, fruto da redução, por parte do banco central europeu, da respetiva taxa diretora ao longo de 2024, “registar-se-á, previsivelmente, um impacto positivo na redução dos encargos suportados pela Portos dos Açores”, durante o ano de 2025, sustenta a empresa, no relatório.