Autor: Lusa/AO Online
“A situação na
Faixa de Gaza é cada vez mais preocupante e dolorosa”, declarou o Papa,
citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). O
apelo foi lançado por Leão XIV na primeira audiência geral semanal na
Praça de São Pedro, no Vaticano, desde que foi eleito, a 8 de maio. As autoridades israelitas impuseram um bloqueio ao território palestiniano de 2,4 milhões de habitantes em março. Israel
anunciou na terça-feira que tinha deixado entrar em Gaza alguns camiões
com alimentos para bebés, no mesmo dia em que a Organização Mundial de
Saúde (OMS) denunciou que dois milhões de palestinianos estavam a passar
fome. A organização Médicos Sem Fronteiras
(MSF) acusou Israel de só permitir a entrada em Gaza de uma ajuda
“ridiculamente insuficiente” para não ser acusada de “matar a população à
fome”. A ajuda autorizada a entrar na
Faixa de Gaza, uma centena de camiões desde segunda-feira segundo as
autoridades israelitas, “não passa de uma cortina de fumo”, segundo a
organização não-governamental (ONG). A MSF
denunciou que se mantém o cerco que Israel impôs a Gaza no início de
março para obrigar o grupo extremista palestiniano Hamas a libertar os
reféns que ainda mantém em cativeiro. A
guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas
no sul de Israel em 07 de outubro de 2023 que causou cerca de 1.200
mortos e 250 reféns. A retaliação de Israel
provocou mais de 53.000 mortos em Gaza, além da destruição de grande
parte das infraestruturas do território governado pelo Hamas desde 2007. No dia 11 de maio, o Papa já tinha afirmado estar “profundamente triste” com o que estava a acontecer na Faixa de Gaza. Apelou
na altura a “uma cessação imediata das hostilidades, à ajuda
humanitária para a população civil exausta e à libertação de todos os
reféns”. Na audiência geral na Praça de São
Pedro, o chefe da Igreja Católica defendeu perante mais de 25.000 fiéis
ser necessário trabalhar pela paz num mundo em guerra. “Num
mundo dividido pelo ódio e pela guerra, somos chamados a semear a
esperança e a construir a paz”, afirmou, também citado pela agência de
notícias espanhola EFE. Horas antes da
audiência, Leão XIV tinha confirmado à primeira-ministra italiana,
Giorgia Meloni, a disponibilidade do Vaticano para acolher as
negociações entre a Ucrânia e a Rússia, informou o Governo italiano num
comunicado. Durante a saudação aos fiéis de língua portuguesa, o pontífice norte-americano convidou-os a rezar o terço pela paz. “Neste
mês mariano, gostaria de reiterar o convite de Nossa Senhora de Fátima:
‘Rezem o terço todos os dias pela paz’. Juntamente com Maria, pedimos
que os homens não se fechem a este dom de Deus e desarmem os seus
corações”, disse, segundo a EFE.