Autor: Lusa/AO Online
“Não podemos ficar à espera e temos de fazer tudo o que está ao nosso alcance para travar o desmantelamento do SNS, o assalto à Segurança Social, às alterações laborais, o processo de privatizações que está em curso. E a primeira iniciativa para travar isso é a apresentação de uma moção de rejeição ao programa do Governo”, anunciou Paulo Raimundo em conferência de imprensa na sede nacional do PCP, em Lisboa, após uma reunião do Comité Central do partido.
Antecipando eventuais críticas sobre a apresentação de uma moção de rejeição de um programa de Governo que ainda não se conhece, Paulo Raimundo disse que todos conhecem “qual é a agenda, o que é que se perspetiva”.
“E conhecemos uma outra coisa: conhecemos bem a unidade que existe entre o conjunto das forças mais votadas na Assembleia da República sobre cada uma destas matérias. E, portanto, connosco é, de forma clara, do princípio, um sinal claro de combate à política, às consequências na vida das pessoas e do país”, frisou.
Paulo Raimundo reforçou que o PCP “fará tudo” para travar, “quer do ponto de vista institucional, quer do ponto de vista de ação diária e do combate”, o “programa e a agenda reacionária” que considerou ser a do Governo.
Interrogado porque é que o PCP decidiu avançar com uma moção de rejeição que, à partida, deverá ser chumbada, Paulo Raimundo considerou que “terá um grande significado político, de condenação à política que o Governo quer apresentar”.
“E terá outro significado importantíssimo: é que nós vamos dar combate ao Governo e à sua política, ao projeto e à agenda reacionária da direita em todas as frentes, na frente institucional e em todas as frentes de luta”, reiterou.
Para o secretário-geral do PCP, a moção de rejeição é um “sinal importante para aqueles que não desistem, para aqueles que, com coragem, vão enfrentar esta política”.
“Portanto, [a moção de rejeição] é uma tripla: vale pelo ato em si, pela condenação, e pelo que abre de esperança. Nós também não temos grande ilusões, mas não há nada que negue à partida uma moção que ainda se desconhece”, disse.