Autor: Lusa/AO Online
Em declarações à Lusa, na sequência da apresentação das linhas gerais do plano de reestruturação da transportadora açoriana SATA, ao presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, e aos partidos com assento parlamentar, Rui Martins considerou que as “medidas apresentadas dão a entender que há um plano sustentado para dar viabilidade económica à empresa a curto prazo.”
“Salvaguarda as preocupações iniciais de manutenção de postos de trabalho, uma vez que ficou acordado com os sindicatos a redução de cerca de 10% do número de funcionários, salvaguardando os seus direitos”, afirmou o parlamentar do CDS-PP/Açores.
Para Rui Martins, cujo partido integra a coligação de governo com o PSD e o PPM, o plano “foca-se, sobretudo, na melhoria das condições operacionais, flexibilização e otimização de recursos, o que permite inferir que se está a cortar no acessório para o foco ser o cumprimento da missão da SATA, que é servir os Açores e os açorianos”, na região e na diáspora.
O parlamentar admitiu, contudo, que “a negociação com Bruxelas não será fácil” e, “dada a dimensão da companhia e dos problemas que se verificam ao nível europeu com as empresas do setor, será necessário salientar a importância estratégica desta empresa para a região e das particularidades da ultraperiferia”.
“A maior linha vermelha será qualquer solução que leve ao encerramento da SATA”, salientou.
O plano de reestruturação da transportadora açoriana SATA prevê o regresso aos lucros em 2023, com o presidente da administração da empresa a mostrar confiança em que, a partir desse ano, a operação seja "sustentável".
"Se conseguirmos concretizar tudo como temos planeado, por um lado, e se não houver um agravamento das condições pandémicas ou outras coisas quaisquer que possam vir a surgir, as iniciativas confluem para que 2023 seja, de facto, um ano de inversão e a operação se torne sustentável a partir daí", declarou na quinta-feira Luís Rodrigues.
No plano, é estimada para este ano uma perda de 28 milhões de euros, em 2022 o resultado deverá andar perto do zero e, em 2023, já são admitidos lucros na casa dos 23 milhões de euros.
O plano de reestruturação da transportadora prevê, até 2025, poupanças totais de 68 milhões de euros.
Luís Rodrigues adiantou os "quatro pilares" que levarão às referidas poupanças: a reestruturação da frota, a eficiência operacional, a negociação com fornecedores e a agilização do trabalho.
Na agilização do trabalho, Luís Rodrigues incorporou campos como a redução salarial, que será, no seguimento de negociações com sindicatos, de 10%, ou a "rescisão negociada de trabalhadores".
O corte de 10% será aplicado aos vencimentos acima dos 1.200 euros brutos mensais.
Já no que se refere à saída dos trabalhadores, o gestor declarou que saíram já, em regime de reformas antecipadas ou pré-reformas, um total de 48 quadros, sendo esperadas mais 100 saídas até 2023.