Autor: Lusa/AOonline
A casa pintada de azul forte destaca-se entre o verde do Parque da Bela Vista. O edifício de dois andares pretende ser como uma verdadeira casa de família para uma dúzia de crianças, com idades entre os três e os 12 anos, que serão encaminhadas para este espaço.
O projecto, da instituição particular de solidariedade social Movimento ao Serviço da Vida (MSV), demorou oito anos a criar, desde que a organização percebeu, ao conhecer o caso de quatro irmãs que iriam ser retiradas à família e separadas, a falta de uma resposta "eficaz" para as necessidades de acolhimento de menores em risco.
A Casa vai receber menores retirados pelos tribunais das famílias de origem, por serem vítimas de abusos, negligência ou maus tratos, mas a instituição pretende que a permanência das crianças seja um "período transitório, enquanto se tenta reabilitar a família de origem, de modo a que a criança possa voltar ao seu seio familiar", o objectivo principal da associação, explicou à Lusa Pedro Sottomayor, presidente da direcção do Movimento ao Serviço da Vida.
Nas situações em que o regresso à família seja impossível, as crianças deverão ser encaminhadas para uma família de acolhimento ou para adopção.
"Pretendemos que seja [um período] efectivamente temporário, porque temos consciência que, apesar de necessária, a institucionalização é a pior das respostas para uma criança. Queremos que [a sua estada] seja uma experiência positiva, onde possamos trabalhar os traumas e traçar um projecto de vida para cada criança", sustentou o responsável.
Enquanto ali permanecerem, os menores terão uma vida o mais normal possível.
"Aqui terão os cuidados de higiene, de alimentação e de saúde. Irão à escola ou ao infantário, terão actividade de fim-de-semana, lúdicas, de desporto e lazer, como qualquer família normal", garantiu Pedro Sottomayor.
A Casa pretende acolher crianças da Área Metropolitana de Lisboa e dará preferência a irmãos, contando com 16 trabalhadores, entre equipa técnica, educativa e funcionários.
O psicólogo e a assistente social irão trabalhar directamente com as famílias, através de reuniões para perceber a dinâmica e problemas do agregado familiar e de programas de educação parental, com o objectivo de ensinar os pais a gerir o dinheiro, tratar dos filhos e limpar a casa, disse à Lusa a directora da Casa das Cores, Rita Mesquita.
As crianças poderão receber apoio psicológico, de motricidade e escolar, na instituição ou recorrendo a especialistas externos.
No entanto, o trabalho dos técnicos "não termina quando a criança volta para casa", explicou Rita Mesquita, adiantando que as famílias continuarão a ser visitadas durante algum tempo de forma a "ir preparando o agregado para a autonomia".
O antigo edifício, cedido pela Câmara de Lisboa, foi transformado pelo MSV, com o apoio de diversas empresas, numa casa com sete quartos - cinco duplos e dois individuais, sala de estar, cozinha e refeitório, espaço de lazer e, claro, um quarto de brinquedos.
Nos quartos, todas as crianças terão a sua própria cama, o seu roupeiro, a sua secretária e um quadro para prender "os seus desenhos, notas ou postais". O objectivo é que cada um sinta que este é o seu próprio quarto, indicou Pedro Sottomayor.
O funcionamento da Casa das Cores está orçado em 305 mil euros por ano, sendo financiado em parte pela Segurança Social, um dos principais parceiros do MSV neste projecto.
A organização precisa contudo de recolher donativos "constantes que permitam levar este projecto adiante", e lançou a campanha "Amigos da Casa das Cores", destinada a particulares, que podem contribuir mensalmente com "cinco, dez ou quinze euros, ou mais", ajudando assim a pagar as despesas da Casa: "funcionários, alimentação, água, electricidade, combustíveis, arranjos, tudo o que uma casa normal tem, mas multiplicado pelo número de crianças".
Quinta-feira a Casa das Cores será inaugurada oficialmente e, nos próximos dois meses, a direcção vai contactar as entidades responsáveis pelo encaminhamento de crianças.
O objectivo é abrir as portas do espaço em Janeiro do próximo ano, e ajudar as crianças a "tranformar uma realidade a preto e branco numa realidade a cores".
O projecto, da instituição particular de solidariedade social Movimento ao Serviço da Vida (MSV), demorou oito anos a criar, desde que a organização percebeu, ao conhecer o caso de quatro irmãs que iriam ser retiradas à família e separadas, a falta de uma resposta "eficaz" para as necessidades de acolhimento de menores em risco.
A Casa vai receber menores retirados pelos tribunais das famílias de origem, por serem vítimas de abusos, negligência ou maus tratos, mas a instituição pretende que a permanência das crianças seja um "período transitório, enquanto se tenta reabilitar a família de origem, de modo a que a criança possa voltar ao seu seio familiar", o objectivo principal da associação, explicou à Lusa Pedro Sottomayor, presidente da direcção do Movimento ao Serviço da Vida.
Nas situações em que o regresso à família seja impossível, as crianças deverão ser encaminhadas para uma família de acolhimento ou para adopção.
"Pretendemos que seja [um período] efectivamente temporário, porque temos consciência que, apesar de necessária, a institucionalização é a pior das respostas para uma criança. Queremos que [a sua estada] seja uma experiência positiva, onde possamos trabalhar os traumas e traçar um projecto de vida para cada criança", sustentou o responsável.
Enquanto ali permanecerem, os menores terão uma vida o mais normal possível.
"Aqui terão os cuidados de higiene, de alimentação e de saúde. Irão à escola ou ao infantário, terão actividade de fim-de-semana, lúdicas, de desporto e lazer, como qualquer família normal", garantiu Pedro Sottomayor.
A Casa pretende acolher crianças da Área Metropolitana de Lisboa e dará preferência a irmãos, contando com 16 trabalhadores, entre equipa técnica, educativa e funcionários.
O psicólogo e a assistente social irão trabalhar directamente com as famílias, através de reuniões para perceber a dinâmica e problemas do agregado familiar e de programas de educação parental, com o objectivo de ensinar os pais a gerir o dinheiro, tratar dos filhos e limpar a casa, disse à Lusa a directora da Casa das Cores, Rita Mesquita.
As crianças poderão receber apoio psicológico, de motricidade e escolar, na instituição ou recorrendo a especialistas externos.
No entanto, o trabalho dos técnicos "não termina quando a criança volta para casa", explicou Rita Mesquita, adiantando que as famílias continuarão a ser visitadas durante algum tempo de forma a "ir preparando o agregado para a autonomia".
O antigo edifício, cedido pela Câmara de Lisboa, foi transformado pelo MSV, com o apoio de diversas empresas, numa casa com sete quartos - cinco duplos e dois individuais, sala de estar, cozinha e refeitório, espaço de lazer e, claro, um quarto de brinquedos.
Nos quartos, todas as crianças terão a sua própria cama, o seu roupeiro, a sua secretária e um quadro para prender "os seus desenhos, notas ou postais". O objectivo é que cada um sinta que este é o seu próprio quarto, indicou Pedro Sottomayor.
O funcionamento da Casa das Cores está orçado em 305 mil euros por ano, sendo financiado em parte pela Segurança Social, um dos principais parceiros do MSV neste projecto.
A organização precisa contudo de recolher donativos "constantes que permitam levar este projecto adiante", e lançou a campanha "Amigos da Casa das Cores", destinada a particulares, que podem contribuir mensalmente com "cinco, dez ou quinze euros, ou mais", ajudando assim a pagar as despesas da Casa: "funcionários, alimentação, água, electricidade, combustíveis, arranjos, tudo o que uma casa normal tem, mas multiplicado pelo número de crianças".
Quinta-feira a Casa das Cores será inaugurada oficialmente e, nos próximos dois meses, a direcção vai contactar as entidades responsáveis pelo encaminhamento de crianças.
O objectivo é abrir as portas do espaço em Janeiro do próximo ano, e ajudar as crianças a "tranformar uma realidade a preto e branco numa realidade a cores".