Autor: Lusa /AO Online
“Discípulo de [Vitorino] Nemésio, pensador da açorianidade, intelectual sério e reconhecido na academia e nos meios culturais e científicos do país, investigador, ensaísta, professor catedrático e antigo reitor da Universidade dos Açores, António Machado Pires deixa uma marca entre os açorianos maiores e como cidadão do mundo”, afirmou Carlos César.
Numa mensagem escrita enviada à Lusa, o também presidente honorário do PS/Açores defendeu que “o parlamento, o Governo e as universidades devem-lhe um indispensável e competente tributo".
“Devo-lhe o privilégio da sua amizade e o seu decisivo apoio em 1996, quando participou ativamente na Convenção para a Nova Autonomia, bem nas eleições seguintes, em todas as minhas candidaturas à presidência do Governo dos Açores, tendo sido meu mandatário político regional”, recordou o socialista, que presidiu ao executivo regional entre 1996 e 2012.
Carlos César lembrou ainda a “palavra amiga e sempre serena” de António Machado Pires enquanto o socialista foi presidente de governo.
“O seu cuidado no aconselhamento e na crítica e a sua constante atenção perante todas as dúvidas que lhe colocava fizeram-me retê-lo como uma referência constante”, assegurou.
Natural de Angra do Heroísmo, António Machado Pires, antigo reitor da Universidade dos Açores, morreu aos 80 anos.
“Tenho enorme admiração pelo professor Machado Pires, preservo a memória da sua excelência e da sua qualidade, personalidade e da intelectualidade”, frisou.
António Machado Pires instalou oficialmente a Universidade dos Açores, anteriormente Instituto Universitário dos Açores, tendo sido reitor da academia açoriana entre 1982 e 1995.
Licenciado em Filologia Românica, foi assistente do escritor açoriano Vitorino Nemésio na Faculdade de Letras de Lisboa, universidade em que se formou.
Doutorou-se em História da Cultura Portuguesa na Universidade dos Açores, onde foi professor catedrático, e criou o primeiro mestrado da academia açoriana, em Literatura e Cultura Portuguesa.
Fundou a revista Arquipélago e o Seminário Internacional de Estudos Nemesianos, tendo promovido vários congressos sobre a obra de Vitorino Nemésio.
Assinou um convénio com a Universidade Federal de Santa Catarina, no Brasil, que o agraciou com uma medalha.
Recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem de Instrução Pública a Insígnia Autonómica de Reconhecimento.