Autor: Lusa/AO Online
“É muito importante que o BE seja a terceira força política do país. O Bloco de Esquerda enquanto terceira força política é a garantia de uma exigência muito grande num programa de Governo que resolva os problemas do país”, disse Catarina Martins, em entrevista à agência Lusa.
A dirigente bloquista sustentou que a manutenção enquanto terceira força política vai ser “uma garantia de que a maioria de direita será afastada e é também uma garantia de que se vence a extrema-direita” em Portugal.
Questionada sobre como encarava um cenário de diminuição do número de mandatos que fizesse o partido 'cair' enquanto terceira força política, dando lugar, por exemplo, ao Chega, Catarina Martins referiu que “não alcançar objetivos é sempre uma derrota”, seja "pessoal ou coletiva", mas o partido está convicto de que vai conseguir impedir uma alteração de maioria na Assembleia da República.
Uma possível ascensão do partido de extrema-direita, que atualmente tem em André Ventura o único deputado, é consequência de anos de desmoralização face à persistência dos mesmos problemas, considerou.
“Um dos problemas da falta de resposta à vida concreta das pessoas é o desânimo. E quando instalada, às vezes, a raiva toma o lugar da força e da esperança de construir soluções. Isso é o que tem acontecido um pouco no resto da Europa. Por isso é que é muito importante que a política sirva para resolver problemas das pessoas”, concretizou.
Contudo, uma derrota, na ótica da coordenadora do BE, não está associada à redução do número de mandatos, está no aumento da abstenção e no descrédito na política.
“Um mau resultado é as pessoas não irem votar. Um mau resultado é as pessoas desistirem do país, no meio desta confusão, da pandemia, do cansaço… Isso seria o pior. Este é um momento muito complicado, sentimo-lo todos, estamos todos cansados com a pandemia. Não se criaram as soluções que era preciso e as pessoas ficam fartas com isso”, elaborou.