Autor: Lusa/AO Online
“A ida a um restaurante não pode ser transformada num momento de medo ou de tensão”, lê-se num comunicado divulgado pela APHORT, no qual sublinha que é necessária calma e prudência nesta altura, “face às várias medidas de proteção que têm vindo a ser propostas nos últimos dias, no sentido de preparar o setor da restauração para a reabertura dos estabelecimentos”, depois da pandemia de Covid-19 ter motivado o seu encerramento.
Reiterando que “há ainda muita coisa por decidir”, a associação defende a implementação de medidas de proteção exequíveis e proporcionais, considerando que muitas das que estão em cima da mesa em discussão devem ser analisadas de forma ponderada.
A medição da temperatura corporal dos clientes é, por exemplo, uma das medidas que a APHORT considera complexa e que dificilmente terá aplicação imediata, uma vez que vai exigir a criação de legislação “clara e inequívoca” por parte do Governo.
Assim, o presidente da APHORT, Rodrigo Pinto Barros, aconselha os empresários a não se precipitarem em “investimentos avultados, em torno de medidas que não foram ainda dadas como certas”.
“Sem essa legislação, os empresários podem inclusivamente ficar sujeitos ao pagamento de coimas avultadas, uma vez que está em causa a violação do Regulamento Geral de Proteção de Dados”, acrescenta.
A associação considera que é importante avaliar se as medidas para o setor que estão a ser discutidas são de facto exequíveis e acessíveis a todos os estabelecimentos, tanto ao nível da aplicação prática, como dos custos.
“A restauração sempre se preocupou com a limpeza e o asseio dos estabelecimentos e com o cumprimento de boas práticas por parte dos colaboradores, pelo que o setor irá ser capaz de continuar a fazê-lo, com as adaptações necessárias e através da adoção de novas medidas, desde que estas sejam proporcionais e adequadas”, considera Rodrigo Pinto Barros.
A APHORT alerta, ainda, para a importância de fazer com que os clientes se sintam acolhidos e protegidos nos estabelecimentos, o que não se consegue transformando a ida a um restaurante “num momento de medo ou tensão”.