Autor: Lusa/AO Online
"Informo que hoje, após quase três meses à espera de que a TAP me indicasse o valor a devolver, efetuei a devolução de 266.412,76 euros", afirma a gestora, referindo que "foi este o montante líquido global indicado pela TAP".
Contudo, "apesar de não me rever nele e de não o entender, uma vez que o mesmo não me foi detalhado, nem fundamentado pela empresa, e de também, como é sabido, discordar do parecer da IGF, por minha livre iniciativa, e tal como deixei claro desde o primeiro momento, efetuei a devolução", prossegue Alexandra Reis, em comunicado.
A gestora reitera que não quer ter em sua "posse um euro sobre o qual possa existir a mínima suspeita".
"Aceitei sair da TAP de boa-fé, empresa à qual me entreguei com todo o meu compromisso e dedicação na defesa dos seus interesses, num contexto extremamente difícil" e, agora, "espero deste modo encerrar de uma vez por todas este assunto, de forma a enfrentar os desafios que o futuro me traga sem que haja qualquer dúvida sobre a minha idoneidade e atuação enquanto fui administradora da TAP, companhia à qual desejo o maior sucesso", conclui.
Com base no relatório da auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF), os ministros João Galamba e Fernando Medina anunciaram, em 06 de março, que iam pedir a restituição de grande parte dos 500.000 euros pagos pela saída da ex-administradora.
Em 03 de maio, na comissão parlamentar de inquérito, a diretora-geral do Tesouro e Finanças, Maria João Araújo, disse que cabia à TAP fazer o cálculo do valor da indemnização a devolver à empresa.
Escolhida pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, para secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis protagonizou a polémica que começou no Natal, altura em que o Correio da Manhã noticiou que a então governante tinha recebido uma indemnização de cerca de 500.000 euros para sair antecipadamente da administração da TAP.
O caso levou à demissão do então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e do secretário de Estado Hugo Mendes, além da própria Alexandra Reis, que esteve menos de um mês no Governo.
Na sequência da auditoria da IGF, que encontrou falhas graves no acordo de saída entre a TAP e Alexandra Reis, o Governo decidiu exonerar a presidente executiva e o presidente do Conselho de Administração da companhia aérea.