Açoriano Oriental
Açores/Eleições: A ilha mais pequena dos Açores elege dois deputados para o parlamento regional

O Corvo, a ilha mais pequena dos Açores, conta com 465 habitantes e 337 eleitores, que vão escolher dois deputados para a Assembleia Legislativa Regional nas eleições de 25 de outubro.

Açores/Eleições: A ilha mais pequena dos Açores elege dois deputados para o parlamento regional

Autor: AO Online/ Lusa

São 17 quilómetros quadrados de um cone vulcânico, o Monte Gordo, que alberga, no topo, a lagoa do Caldeirão, mas é onde há espaço para uma fajã, na encosta sul da ilha, que se fixam os 465 habitantes da ilha, segundo aponta o “Retrato dos Açores” de 2020 da Pordata.

Na Vila do Corvo, com vista para a vizinha ilha das Flores, estão inscritos para votar nas próximas eleições legislativas regionais 337 eleitores, mais três do que há quatro anos.

Naquela que é a região mais jovem do país, um indicador para o qual apenas a ilha de São Miguel contribuiu positivamente com mais jovens do que idosos, o Corvo ocupa o meio da tabela, com 131 idosos por cada 100 jovens, sendo que os menores de 15 anos são 14% da população e os maiores de 65 são 19%.

Em termos de saldo natural, o indicador que compara o número de mortes com o número de nascimentos, é a segunda melhor ilha, com um saldo de -8, apesar de se ter registado apenas um nascimento em 2019 e de ter o índice sintético de fecundidade mais baixo da região, que revela que o número médio de filhos por mulher é de 0,26.

Tem, também, um saldo migratório positivo, tendo, entre aqueles que saíram e os que entraram na ilha, ganhado sete habitantes.

Apesar de ser a segunda ilha com menor densidade populacional, com 27 habitantes por quilómetro quadrado (número apenas ultrapassado pelos 26 habitantes por quilómetro quadrado das Flores), está empatada com São Miguel no topo da lista do número médio de habitantes por alojamento familiar. São 2,4 por habitação, um número que pode mudar, já que, em 2019, 67% das construções na ‘ilha preta’ foram para habitação familiar.

A ilha mais a norte do arquipélago, que pertence já à placa continental norte-americana, conta apenas com um município, o único do país sem juntas de freguesia, que é, também, o maior empregador da ilha, responsável por 44 postos de trabalho, “cerca de 10% da população total, nem sequer é da ativa”, reparou o presidente da Câmara do Corvo, José Manuel Silva.

Apenas três pessoas beneficiam do subsídio de desemprego na ilha e os corvinos são, depois dos graciosenses, os açorianos com menos poder de compra, com uma taxa de 76,2. A média regional é de 87,3.

Grande parte da população está empregada na função pública, indica o autarca, mas os setores que mais contribuem para a economia da ilha são a agropecuária, essencialmente através da produção de carne, e as pescas também têm “alguma expressão”.

“Tirando isso, é comércio e serviços”, onde o turismo tem vindo a ganhar espaço, oferecendo, atualmente, 48 camas oficiais, entre alojamento tradicional e local.

Sendo a ilha mais pequena e menos populosa, é também a que tem menos empresas não financeiras, que são 90, empregam 117 pessoas e geram um valor bruto acrescentado de 978 mil euros – o mais baixo da região.

O Corvo é a ilha com menos alunos do ensino não superior em relação ao total de habitantes, sendo que estes representam 11% da população.

Com um médico e uma farmácia para 465 pessoas, os corvinos são os açorianos com melhor rácio de habitantes por farmácia e Santa Maria é a única ilha da região sem hospital que está melhor do que o Corvo no rácio de habitantes por médico.

Nas eleições regionais açorianas existe um círculo por cada uma das nove ilhas, mais um círculo regional de compensação, que reúne os votos que não foram aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.

Na ilha que, há quatro anos, elegeu um deputado pelo PS e outro pelo PPM, estes partidos voltam a apresentar como cabeças de lista Iasalde Nunes, pelo Partido Socialista, e Paulo Estêvão, do Partido Popular Monárquico, que vai a votos em coligação com o CDS-PP na candidatura “Mais Corvo”.

O maior partido da oposição, o PSD, apresenta, na mais pequena ilha dos Açores, Luís Pimentel, enquanto o Bloco de Esquerda avança o nome de Maria José Amaral e a CDU, que junta o Partido Comunista Português e 'Os Verdes', nomeou o coordenador regional comunista, Marco Varela, como cabeça de lista do círculo do Corvo.

As próximas eleições para o parlamento açoriano decorrem em 25 de outubro e contam com 337 eleitores inscritos no Corvo, mais três do que há quatro anos.

Ao todo, são 13 as forças políticas que vão a votos na região.

Em 2016, a taxa de abstenção registada a nível regional foi de 59,2%, sendo que o Corvo foi a ilha com menor taxa de abstenção, contando apenas 23,4% dos recenseados nesta ilha a não se deslocarem às urnas.

Nas anteriores legislativas açorianas, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).

O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.

O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.



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