70 dias de confinamento
Quando, aos poucos, vamos entrando na realidade deste dia a dia, vão surgindo reflexões do tempo de confinamento e de introspecção.
Primeiro… estranhei o café da pastelaria antes das 8h!
A seguir…. estranhei o café sem o jornal!
Estranhei os companheiros da escola que nos intervalos comentavam o horóscopo do jornal.
Estranhei a companhia dos amigos nos almoços de marmita!
Depois… estranhei o barulho do corredor de uma escola!
Estranhei também o toque, o olhar e o "abracinho", quase obrigatório, no final de uma aula!
Estranhei as companhias de um jantar com boas conversas e gargalhadas!
Estranhei as corridas à beira mar, seguidas de um banho arrepiante, mas tão necessário.
Depois… estranhei os sorrisos dos filhos dos amigos e as gargalhadas das suas brincadeiras!
Estranhei muito não ver as maiores festas da ilha de S. Miguel, mas senti-as… muito presente!
Estranhei silêncios!
Estranhei muito o abraço da família e daqueles amigos, o olhar e a ausência de afetos...
70 dias depois é mesmo isto: que estranha forma de vida esta que nos privou de tanto!
Ana Catarina Marques