Açoriano Oriental
Tudo o que precisa saber sobre o novo coronavírus

A epidemia do novo coronavírus (Covid-19), que teve origem na China, já infetou 89.668 em todos os continentes, das quais morreram 3.046, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças divulgados esta segunda-feira.


Autor: Lusa/AO online

Quando surgiu o novo coronavírus?
Em dezembro de 2019, surgiu um um conjunto de casos de pneumonia na China, tendo as investigações descoberto que tinham sido causadas por vírus anteriormente desconhecido que foi denominado por novo coronavírus de 2019 (Covid-19).

O que são os coronavírus?
Os coronavírus são um grupo de vírus que podem causar infeções nas pessoas.
Normalmente estas infeções estão associadas ao sistema respiratório, podendo ser parecidas a uma gripe comum ou evoluir para uma doença mais grave, como pneumonia.

Este coronavírus é igual aos outros vírus?
Por se tratar de um novo vírus, e segundo as últimas informações das autoridades internacionais, ainda não existem dados suficientes para um total conhecimento sobre este vírus. É necessário mais tempo de investigação para se conseguir estudar as suas características, as formas de transmissão, a gravidade das infeções que pode provocar e qual o tratamento mais adequado.

Porque foi dado o nome de Covid-19?
A Organização Mundial da Saúde, decidiu atribuir um nome que fosse fácil de transmitir e que não indicasse nenhuma localização geográfica, um animal ou grupo de pessoas. O nome, Covid-19, resulta das palavras “corona”, “vírus” e “doença” com indicação do ano em que surgiu (2019).

De onde veio o vírus?
A fonte da infeção é desconhecida e ainda pode estar ativa, segundo as informações publicadas pelas autoridades internacionais.
A maioria dos primeiros casos estava associada a um mercado de venda de alimentos e animais vivos (peixe, mariscos e aves) em Wuhan, na China. Há suspeitas que o vírus seja de origem animal, mas ainda não existem certezas, uma vez que já foram confirmadas infeções em pessoas que não tinham visitado este mercado. Existe necessidade de continuar as investigações.

Como é transmitido?
A dinâmica exata da transmissão deste novo coronavírus ainda não está determinada. No entanto, e em geral, os vírus respiratórios são transmitidos através de gotículas criadas quando uma pessoa infetada posse ou espirra, ou através de algo que foi contaminado com o vírus, como puxadores de portas, por exemplo.
As pessoas em maior risco de infeção são aquelas com história de viagem para áreas com transmissão comunitária ativa nos 14 dias antes do início de sintomas, ou elo que se sabe que tiveram contacto com caso confirmado ou provável de infeção por SARS-CoV-2/Covid-19, nos 14 dias antes do início dos sintomas, ou os profissionais de saúde ou pessoa que tenha estado numa instituição de saúde onde são tratados doentes com Covid-19.

Quais os sintomas da doença?
Os sintomas são semelhantes a uma gripe, como por exemplo: febre, tosse, falta de ar (dificuldade respiratória) e cansaço. Em casos mais graves pode evoluir para pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e, até mesmo, levar à morte.
A taxa de mortalidade ainda continua por determinar, sendo que mesmo na China tem variado de região para região. Por exemplo, em Wuhan, a cidade de onde o coronavírus é originário, 2% a 4% dos pacientes morreram, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, a taxa de mortalidade nas restantes regiões do país fixou-se em 0,7%.

Qual é o período de incubação?
O período de incubação (até ao aparecimento de sintomas) situa-se entre 2 a 14 dias, segundo as últimas informações publicadas.

Como se pode ter a certeza que alguém está infetado?
Para se ter a certeza se alguém está infetado com o Covid-19 é necessário realizar um teste de laboratório que identifica o código genético do vírus.
Para tal é extraída uma amostra do paciente e depois, em laboratório, o código genético do vírus (caso esteja presente) é extraído e copiado repetidamente, fazendo com que pequenas quantidades se tornem grandes e detetáveis. Esses testes “RT-PCT”, amplamente usados na medicina para detetar vírus como o HIV e o influenza, são bastante fiáveis.

Como se pode tratar este vírus?
Atualmente não existe medicação específica para este coronavírus e o tratamento baseia em cuidados de suporte. Também ainda não existe uma vacina que proteja contra o vírus.
Tanto o tratamento como a vacina ainda estão em desenvolvimento.

Como se pode impedir a propagação do vírus?
A OMS recomenda medidas de higiene, etiqueta respiratória e práticas de segurança alimentar para reduzir a exposição e transmissão da doença: evitar contacto próximo com doentes com infeções respiratórias; lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes; evitar contacto desprotegido com animais selvagens ou de quinta; tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir; utilizar um lenço de papel ou o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo; lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir.

Devo usar máscara para me proteger?
De acordo com a situação atual em Portugal, não está indicado o uso de máscara para proteção individual, exceto nas seguintes situações: pessoas com sintomas de infeção respiratória (tosse ou espirro); suspeitos de infeção por Covid-19; ou pessoas que prestem cuidados a suspeitos de infeção por Covid-19.

Há alguma medida específica para as escolas?
O pedido de ponderação na realização de visitas de estudo ao estrangeiro é uma indicação sobre o novo coronavírus que as escolas receberam, emitido pela Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), e com o qual a Direção Regional da Saúde e a Direção Regional da Educação concordam.
Na nota enviada na quarta-feira às escolas e publicada na página oficial da direção-geral, a DGEstE “aconselha a ponderação sobre a oportunidade e conveniência de se realizarem visitas de estudo e outras deslocações ao estrangeiro, em particular a países ou a zonas com maior incidência de casos de infeção”.


Ligue para o 808 24 60 24 caso apresente sintomas
A Direção Regional da Saúde apela a quem considere apresentar sintomas de estar infetado com o novo coronavírus para ligar para a Linha Saúde Açores e nunca procurar um Hospital ou Unidade de Saúde.
A forma adequada de procedimento de modo a prevenir eventuais contaminações é ligar para o 808 24 60 24, onde um técnico de saúde o questionará sobre a sua condição de saúde e história de viagem, para em seguida lhe fornecer indicações sobre como proceder.
Ao receber a chamada a Linha Saúde Açores entrará em contacto com o Grupo Técnico de Coordenação que porá em marcha todos os procedimentos a realizar, o que poderá passar por acionar uma ambulância para transportar o doente ao centro de referência para validar por análise laboratorial se existe ou não infeção.
Enquanto se aguarda a pessoa suspeita fica internada em isolamento, de modo que caso se confirme a infeção possa iniciar tratamento.
Durante este processo este grupo iniciará também o processo de rastreio epidemiológico, coordenado pela equipa de saúde pública com os delegados de saúde concelhios. Esse rastreio permitirá contactar as pessoas com quem o paciente tenha estado, de forma a monitorizar se os mesmos também foram infetados com o novo coronavírus.
Nesta primeira fase o centro de referência para validar casos suspeitos de infeção pelo novo coronavírus é o Hospital do Santo Espírito na Terceira, onde funciona o Serviço Especializado de Epidemiologia e Biologia Molecular (SEEBMO).
Caso haja um surto na Região e os quartos disponíveis no hospital da Terceira fiquem todos ocupados, a partir daí recorrer-se-á aos quartos de isolamento disponíveis nos hospitais de Ponta Delgada e da Horta.

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