Autor: Lusa/AO Online
"A fim de tornar a América grande e gloriosa novamente estou a anunciar esta noite a minha candidatura à Presidência dos Estados Unidos", disse o bilionário ao ser aplaudido por uma multidão na sua mansão em Mar-a-Lago, na Florida.
"Nunca houve um movimento como este no mundo, que compita com o que nós conseguimos fazer. O regresso da América começa agora", acrescentou.
Trump entrou numa luxuosa sala repleta de apoiantes ao lado da mulher, Melania Trump, tendo sido apresentado como o "próximo Presidente dos Estados Unidos da América".
Rodeado de bandeiras norte-americanas e faixas com o seu icónico 'slogan' de campanha 'Make America Great Again' [Tornar a América Grande de Novo, na tradução para português], o magnata recordou o primeiro mandato de forma idílica, descrevendo esse período como um país em paz, próspero e respeitado no cenário internacional, e exagerando na descrição das suas conquistas enquanto Presidente.
“Estou a concorrer porque acredito que o mundo ainda não viu a verdadeira glória que esta nação pode ter. Vamos novamente colocar a América em primeiro lugar”, disse.
Ao mesmo tempo que prometia "unidade", Trump indicou que derrotará "os democratas radicais de esquerda que estão a tentar destruir o país por dentro”.
O republicano prometeu assim que o atual Presidente "não passará mais quatro anos" na Casa Branca: "Joe Biden personifica os fracassos da esquerda e a corrupção de Washington”, acusou o ex-Presidente.
"Eu não precisava disto, tenho uma vida boa e tranquila, mas amamos o nosso país e temos de salvá-lo", afirmou, referindo-se à sua recandidatura.
Trump aproveitou ainda para acenar ao “fantástico” povo latino e hispânico, de quem disse esperar conseguir mais votos, apesar da polémica construção do muro na fronteira com o México.
Uma hora depois de ter iniciado o discurso e já perto do fim, o magnata pediu a eliminação de todas as votações antecipadas, votações à distância e o uso urnas eletrónicas: “Apenas cédulas de papel”, defendeu.
Trump também exigiu mais uma vez que todos os votos fossem contados na mesma noite da eleição, apesar de os Estados Unidos nunca terem contado todos os votos na noite do sufrágio numa eleição moderna, segundo o jornal The New York Times.
Momentos antes deste anúncio público, Trump já havia formalizado a terceira candidatura à Presidência, com um documento enviado à Comissão Eleitoral Federal norte-americana.
Donald Trump tornou-se assim o primeiro político a oficializar a candidatura às eleições presidenciais de 2024.
O anúncio de Trump acontece num momento em que crescem sinais de relutância dentro do Partido Republicano em ver Trump regressar a uma corrida presidencial, já que muitos candidatos que apoiou nas eleições intercalares saíram derrotados nas disputas com os democratas.
Os republicanos esperavam uma “onda vermelha” (referência à cor do partido) que lhes daria grandes vitórias nas corridas para governadores e para o Congresso.
Em vez disso, os republicanos perderam a oportunidade de ter a maioria no Senado e para isso contribuiu a perda de uma cadeira crucial na Pensilvânia, após o Democrata John Fetterman ter derrotado o médico celebridade apoiado por Trump, Mehmet Oz.
O anúncio da recandidatura de Trump - que já passou por dois processos de destituição - surge também num momento em que o republicano continua envolvido em múltiplas investigações políticas e criminais, como é o caso do ataque ao Capitólio e dos documentos confidenciais que mantinha na sua mansão em Mar-a-Lago.
Contudo, outros possíveis candidatos republicanos já surgem no horizonte, como o governador da Florida, Ron DeSantis, ou o ex-vice-presidente norte-americano Mike Pence, ambos ex-aliados de Trump, que agora estão de costas voltadas por diferentes razões.
Do lado democrata, também o atual Presidente, Joe Biden, que derrotou Trump em 2020, já informou que tenciona recandidatar-se em 2024, mas afirmou na semana passada que tal resultará de uma "decisão familiar" que deverá ser tomada "no início do próximo ano".