Açoriano Oriental
Rádio Super FM volta a emitir 11 anos depois de ter desaparecido
A Super FM, uma rádio que desapareceu há 11 anos, volta segunda-feira às ondas do éter mais madura mas com a mesma irreverência que a caracterizava, pronta a captar os velhos ouvintes e a conquistar novos.

Autor: Lusa / AO online

“Mais virada para o rock”, a Super FM vai continuar a apostar na música portuguesa e dirige-se agora aos jovens entre os 25 e os 45 anos, os que há onze anos a ouviam, mas entretanto cresceram e ficaram “órfãos” de rádio, explicou à Lusa o director da estação, Rui Santos.

Em 1991, com a legalização das rádios pirata, a rádio 98 do Montijo deu lugar à Super FM, que emitia em 106.2.

Três anos depois, em 1994, a estação enfrenta problemas financeiros e é encerrada em Agosto desse mesmo ano.

Nove meses depois, a rádio regressa numa nova frequência – 96.2 – e numa nova localidade, o Barreiro.

Até 1998 foi conquistando ouvintes com a aposta no rock e na música portuguesa.

Nesse ano acabou “de forma abrupta”. No dia em que deixou de emitir “o produtor Ediberto Lima, que comprou a frequência da Super FM garantiu que a rádio não iria morrer, ficaria apenas adormecida”.

“Prometeu alugar a médio ou longo prazo uma nova frequência para que a Super continuasse a emitir. Nunca o fez”, explicou Rui Santos.

“A Super acabou em alta, com mais de 100 mil ouvintes, e ficou sempre o gostinho amargo de por que não voltar?”, continuou.

“Durante 11 anos tentou-se, mas só agora se reuniram condições”, concluiu.

Na década em que a Super emitia, Fernando Ribeiro ainda não era músico profissional, mas já tinha uma banda, cuja música ficava de fora das rádios.

“Na altura era difícil colocar os Moonspell nas rádios. Os Moonspell cresceram com a Super. Era uma rádio onde era possível ouvir-se música pesada a qualquer hora do dia”, recordou Fernando Ribeiro.

Para o vocalista dos Moonspell e do projecto Hoje, o desaparecimento da Super “criou um vazio”, porque “não havia uma rádio com tanta irreverência, pelo menos na área da Grande Lisboa”.

“A alternativa deixou de existir”, acrescentou.

O músico acredita haver espaço para o regresso da rádio, por poder significar “o resgate de uma certa geração, que tem entre 30 e 40 anos, que ficou órfã daquele estilo de rádio”.

A animadora da Rádio Comercial, Ana Isabel Arroja - a quem a Super ensinou muito no tempo que lá trabalhou, e onde conheceu o marido - não é tão optimista.

“Naquela altura revolucionou o meio rádio. Era isolada, apanhava quem gostava de rock. Não havia mais nenhuma assim. Hoje em dia a tarefa é mais complicada, porque há mais concorrência”, disse.

Apesar diso, Ana Isabel Arroja “tira o chapéu” a quem decidiu fazer a rádio renascer e deseja “toda a sorte do mundo à nova Super”.

“Foi na Super que aprendi muito de rádio com quem a sabia fazer e acredito que se crie um nicho”, acrescentou.

Regressar às ondas do éter 11 anos depois é “desafiador”, mas o director da Super acredita que este hiato pode "beneficiar a estação”.

“O hiato de 11 anos fez com que a rádio se formatasse, o que é bom. Há uma lacuna de rádios mais rock/pop para a geração que nasceu na década de 1970. Não há rádio para eles”, afirmou.

Com uma programação “diferente e sólida, acima de tudo”, a Super pretende “recuperar os ouvintes que viviam a rádio como um clube de futebol e apanhar novos”.

“A Super FM não vem para estar contra nada nem ninguém. Queremos ocupar o nosso espaço, ser uma rádio diferente, não concorrer com ninguém”, disse Rui Santos.

A partir das 21:09 de segunda-feira basta sintonizar 104.8 na área da Grande Lisboa para voltar a ouvir a Super FM.

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