Açoriano Oriental
Ilha de Santa Maria pode tornar-se 'hub' de acesso e retorno do espaço

A Agência Espacial Portuguesa quer que a ilha de Santa Maria possa ser um ponto de acesso ao espaço e de retorno de pequenos veículos espaciais, após a aterragem do ‘Space Rider’ prevista para 2027

Ilha de Santa Maria pode tornar-se 'hub' de acesso e retorno do espaço

Autor: Lusa/AO Online

A ilha de Santa Maria vai receber em 2027 a aterragem do primeiro voo do ‘Space Rider’, o futuro veículo não tripulado da Agência Espacial Europeia (ESA).

Em entrevista à Lusa a propósito dos 50 anos da Agência Espacial Europeia (ESA), que se celebram na sexta-feira, o presidente da Agência Espacial Portuguesa, Ricardo Conde, disse que a aterragem do ‘Space Rider’ será uma oportunidade para se construir “um momento para o futuro”.

Lembrando que os veículos de acesso ao espaço serão reutilizados, pelo que terão de regressar à Terra, e que na Europa continental não existe qualquer ponto de retorno para estes equipamentos, Ricardo Conde considerou haver aqui uma oportunidade.

“Ou seja, abrir a porta para um ponto de retorno na Europa para a reutilização, onde retornam os veículos espaciais. Gostava que fosse Santa Maria”, assumiu.

Mas a ambição da Portugal Space, como é também conhecida a agência espacial portuguesa, vai mais longe: “Gostava também que Santa Maria – e estamos a trabalhar nisso – [tivesse um lugar] no acesso ao espaço”.

O objetivo é que a ilha açoriana sirva de ponto de acesso para lançadores mais pequenos, como micro e mini-lançadores.

“Neste momento, há um conjunto de pequenos lançadores em desenvolvimento, talvez menos de seis ou sete. E temos hipóteses de ter um ou dois ‘players’ muito interessantes. Portanto, esta componente de acesso e retorno do espaço é algo em que estamos a trabalhar. É uma aposta”, disse.

Segundo Ricardo Conde, o ‘Space Rider’ tem três componentes em que há envolvimento português.

O primeiro componente é de capacitação do veículo: há empresas portuguesas que estão a fazer o desenvolvimento tecnológico do veículo.

O segundo tem a ver com a investigação científica: “O Space Rider não é mais do que um laboratório em microgravidade. (…) Vai estar dois, três meses em órbita e vai levar experiências a bordo. Uma delas é uma experiência de radiação do LIP [Laboratório de Instrumentação em Partículas, de Coimbra]”.

“E o terceiro é a aterragem em Santa Maria, abrindo aqui um momento para nós construirmos o ‘hub’ de retorno de missões espaciais em Santa Maria”, afirmou.

Ricardo Conde considerou que o ‘Space Rider’ é “muito estruturante”, porque abre as capacidades portuguesas “em várias frentes”.


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