Autor: Lusa
Ao nono dia de conflito entre Israel e Irão, Masoud Pezeshkian disse, numa conversa telefónica com o Presidente francês, Emmanuel Macron, que o Irão está disposto a "dialogar e cooperar", mas não admite “reduzir as atividades nucleares a zero” e que esse direito não lhe pode ser retirado “por ameaça ou guerra”.
Citado pela agência iraniana IRNA, Pezeshkian lembrou que “o Irão sempre disse estar disponível para fornecer garantias e instaurar a confiança no que diz respeito às suas atividades nucleares pacíficas, no quadro do direito internacional”.
No mesmo telefonema, ocorrido após uma reunião, na sexta-feira, em Genebra, entre os chefes da diplomacia de França, Reino Unido e Alemanha, a Alta Representante para os Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), Kaja Kallas, e o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, e a sua equipa, Emmanuel Macron afirmou que os europeus vão “acelerar as negociações” com Teerão.
"Estou convencido de que existe uma via para sair da guerra e evitar perigos ainda maiores”, transmitiu o Presidente francês, na rede social X, realçando que "o Irão nunca deverá ter armas nucleares” e que lhe cabe “dar todas as garantias de que as suas intenções são pacíficas".
Israel lançou, na madrugada de 13 de junho, uma ofensiva sobre o Irão, bombardeando instalações militares e nucleares e matando lideranças militares, cientistas e civis.
Como justificação, Telavive aponta o avanço do programa nuclear e o fabrico de mísseis balísticos na República Islâmica, considerando que representam uma ameaça direta à sua segurança.
Os bombardeamentos israelitas contra o Irão já mataram mais de 600 pessoas (incluindo pelo menos 200 civis), segundo o Human Rights Activists, grupo de defesa dos direitos humanos com sede em Washington.
Israel estima, por seu lado, que os ataques iranianos já fizeram pelo menos 24 mortos e 1.217 feridos, 12 dos quais em estado grave.