Autor: Lusa/AO Online
"A área da saúde e educação são as mais afetadas. No serviço dos maturadores na região, que é importante, não foram feitos abates na Terceira e São Miguel", afirmou ainda o dirigente na região do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA), João Decq Mota.
O dirigente sindical acrescentou que “os serviços da administração pública estão também a registar uma grande adesão nos Açores e mesmo nas secretarias do Governo regional”.
Além de escolas secundárias encerradas, a greve "obrigou também ao fecho de estabelecimentos de ensino do primeiro ciclo em várias ilhas dos Açores", de acordo com João Decq Mota.
Quanto ao setor da saúde, o sindicalista referiu que no Hospital de Ponta Delgada, em São Miguel, o maior dos Açores, "a adesão é muito elevada", indicando que está a afetar "o serviço de rx e o bloco operatório", sendo "só assegurados serviços mínimos e urgentes".
Além disso, "as finanças de Ponta Delgada (São Miguel) estão encerradas e na cadeia da Horta (Faial) estão a ser cumpridos os serviços mínimos", adiantou ainda.
Os trabalhadores da administração pública estão hoje em greve por aumentos salariais, o que poderá levar ao encerramento de escolas e serviços municipais, ao cancelamento de atos médicos e comprometer o funcionamento de tribunais e finanças.
A paralisação da Função Pública registou até ao final da manhã “fortíssimos níveis de adesão”, na ordem dos 85%, sendo “uma das maiores greves dos últimos anos”, disse hoje a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila.
Em conferência de imprensa ao final da manhã para fazer um balanço sobre a greve nacional da Função Pública, Ana Avoila afirmou que os dados preliminares indicam que, “em termos globais, a adesão à paralisação andou na ordem dos 85%”.
A dirigente sindical sublinhou os “fortíssimos níveis de adesão à greve”, sobretudo nos setores da educação, saúde, administração central e autarquias, acrescentando que é “seguramente uma das maiores greves dos últimos anos na Administração Pública”.
Segundo Ana Avoila, os dados da greve mostram que “há uma perceção muito maior dos trabalhadores” sobre “a degradação continuada dos salários”, uma vez que os funcionários públicos não têm aumentos há dez anos, com uma perda de poder de compra acima de 20%.
A greve foi convocada pela Frente Comum, da CGTP, à qual se juntaram as estruturas da UGT, a Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).