Autor: Rui Jorge Cabral
A Escola Profissional do Nordeste duplicou o seu número de alunos neste ano letivo de 2024/2025, passando de 29 para 60 alunos, devido à abertura de dois novos cursos e às obras que permitiram aumentar a sua capacidade de quatro para sete salas de formação.
A escola, que é
uma das valências da Santa Casa da Misericórdia do Nordeste, inaugura esta segunda-feira as obras de beneficiação e requalificação do
edifício e dos equipamentos informáticos, num dia em que se assinalam
também os 27 anos da Escola Profissional do Nordeste.
Refira-se que
estas obras, apoiadas pelo Governo Regional e por fundos da União
Europeia, representam um investimento de cerca de 180 mil euros na parte
do edifício da escola, a que se juntam mais cerca de 83 mil euros na
aquisição de novos equipamentos, nomeadamente computadores de secretária
para a sala de informática e ainda computadores portáteis e quadros
interativos para as salas de formação.
Em declarações ao Açoriano Oriental, o diretor técnico-pedagógico da Escola Profissional do Nordeste, Rúben Vertentes, explicou que “abrimos dois cursos, um de Técnico de Ação Educativa, com 23 inscrições e o curso de Auxiliar de Saúde, com oito inscrições”, o que só foi possível devido “à melhoria das instalações da escola”, que permitiram também aumentar “a qualidade do ensino”.
Relativamente às obras, o diretor técnico-pedagógico explica que estas permitiram substituir o telhado da escola, que funciona num antigo celeiro, bem como melhorar a iluminação natural das salas.
E se a grande maioria dos alunos da escola profissional vem da
Escola Básica e Secundária do Nordeste, há a registar neste ano letivo,
no âmbito do novo curso de Auxiliar de Saúde, a presença de uma aluna
da ilha do Faial e de duas alunas de São Tomé e Príncipe.
Para além
dos novos cursos, a Escola Profissional do Nordeste está atualmente a
lecionar o 2.º ano do curso de Técnico Auxiliar de Farmácia e também o
2.º ano do curso de Técnico de Recursos Florestais, sendo que cada um
destes cursos tem oito alunos, que estão neste momento a realizar o
estágio profissional.
E estão ainda a decorrer o 3.º ano do curso de Técnico de Desporto, com 10 alunos e o 3.º ano do curso de Animador Sociocultural, com três alunas.
Estes seis cursos, devido à sua
natureza técnica, com muitas unidades de formação de curta duração,
implicam que a Escola Profissional do Nordeste tenha de recorrer, no seu
conjunto, a um total de 38 formadores.
Num concelho com poucas
empresas, a Escola Profissional do Nordeste tem-se deparado com a
dificuldade, quer em arranjar formadores, quer em colocar os alunos que
se formam no Nordeste em empresas ou instituições locais.
E conforme
explica o diretor técnico-pedagógico da Escola Profissional do
Nordeste, Rúben Vertentes, “já tivemos aqui em anos anteriores uma
oferta formativa do curso de Eletricidade, mas apesar de termos a
necessidade de eletricistas, tivemos muita dificuldade em arranjar
formadores”.
Contudo, a visão dos jovens sobre o ensino profissional
tem-se alterado, concluindo Rúben Vertentes que “hoje já não existe
muito a ideia de que o ensino profissional é para alunos com maiores
dificuldades e, felizmente, as coisas estão a alterar-se, porque os
alunos cada vez mais gostam de uma vertente mais prática e de saber que
ao longo do curso podem realizar mais visitas de estudo e fazerem 600
horas de estágio, com formação em contexto de trabalho, obtendo uma
dupla certificação, com o 12.º ano e uma especialização”.