Açoriano Oriental
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Carla Castro diz que fez críticas internas “em lugar próprio” e não na praça pública

A candidata à liderança da IL Carla Castro diz que foi “afastada do gabinete de estudos” e assume “desilusão” com João Cotrim Figueiredo na saída, garantindo que sempre fez as críticas em lugar próprio e não em praça pública.

Carla Castro diz que fez críticas internas “em lugar próprio” e não na praça pública

Autor: Lusa /AO Online

Em entrevista à agência Lusa, a deputada e dirigente liberal explica a sua estratégia para o crescimento da IL - que quer que seja “muito mais do que o partido do IRS ou da TAP” - e reitera as críticas ao ainda presidente pela forma como geriu todo o processo quando anunciou as eleições internas antecipadas e manifestou apoio a Rui Rocha para seu sucessor.

“Mantenho que foi uma desilusão, mantenho que uma sucessão não é um processo eleitoral que dignifique ou que seja adequado - acho que em geral, mas ainda mais num partido liberal - e que inclusivamente ajuda a motivar o avanço de uma candidatura. Acho que já está ultrapassado no sentido em que a decisão de avançar foi tomada, estamos em campanha, portanto é uma situação ultrapassada neste sentido, mas mantenho as críticas, claro”, refere.

Confrontada com o facto de se ter mantido na comissão executiva de João Cotrim Figueiredo que foi eleita na convenção de dezembro de 2021, Carla Castro refere que, enquanto foi “percorrendo o caminho próprio da execução e da gestão do próprio partido”, sempre que apresentou críticas ou discordou foi “em lugar próprio”.

“Eu não acho que, por lealdade institucional, isso sejam coisas necessárias de fazer na praça pública. Aliás, até acharia isso estranho, estando eu, obviamente, numa comissão executiva, estando eu num grupo parlamentar, tendo eu obviamente a possibilidade de mostrar nas reuniões, nos fóruns de decisão aos quais tenho acesso, perante uma opinião, perante um facto, eu manifesto a minha opinião”, explica.

Para a candidata a presidente da IL “uma opinião diferente não é uma oposição”, manifestando muito orgulho pelo programa político com o qual foi eleita deputada nas últimas legislativas.

Rejeitando que a IL seja “um clube do Bolinha”, Carla Castro refere que o partido, quando passou a ser a quarta força política, “deixou de ser uma ‘startup’” ou “uma empresa pequenina ou algo mais gerido de uma forma mais familiar” para “passar a ser uma grande empresa”.

Questionada sobre o que é que aconteceu em relação ao gabinete de estudos, Carla Castro foi perentória: “é uma boa questão, a qual tem que ser endereçada a quem está à frente neste momento do gabinete de estudos”.

“Eu deixei o gabinete de estudos na altura em que passei para deputada, projeto que criei e que muito me orgulha porque foi o grande responsável pelo famoso programa [eleitoral] das 600 páginas. De lá para cá não respondo por ele”, enfatiza.

À pergunta se foi afastada ou se afastou, a liberal disse que “a resposta concreta é afastada”.

“Se é a altura para repor a verdade ou para repor a história? Não creio que seja útil. Optei por não o fazer na altura, não creio seja construtivo para o partido. Aquilo que me interessa é que as pessoas possam avaliar dentro da moção estratégica, que vão ao capítulo do conhecimento e que vejam o que é um projeto robusto de um gabinete de estudos, que para além de política nacional, tem local regional e internacional, que se relaciona com políticas públicas”, afirma.

Carla Castro deixa claro que, enquanto continuar a achar que faz “parte da solução” e tem “um valor acrescentado”, fica nos locais onde está e por isso, se esse afastamento tivesse sido suficiente para sair, o teria feito.

A propósito do futuro do partido, a candidata refere que está a propor “numa nova fase” que se pretende de crescimento da IL, “respeitando um legado, o que houve de bom e os sucessos”, mas percebendo que “é preciso agora uma evolução”.

Para Carla Castro, “o crescimento não vem por um desígnio, o crescimento vem por um trabalho”, considerando que o “maior desafio é que mais eleitorado, mais pessoas reconheçam nas políticas liberais um valor acrescentado”.



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