Autor: Lusa/AO online
“Já foi feito o pedido ao Banco de Portugal, de acordo e nos termos do plano de recapitalização”, disse à Lusa fonte oficial do banco, que atualmente é detido maioritariamente pelo Estado.
O Diário Económico noticiava hoje que o Banif ia "avançar até final do ano com o pedido ao Banco de Portugal para devolver 125 milhões de euros de apoio estatal".
Em janeiro, o Estado injetou 1.100 milhões de euros no Banif, ficando como acionista maioritário, sendo que 700 milhões foram em ações e 400 milhões em instrumentos de dívida convertíveis em ações, as chamadas 'CoCo bonds', pelas quais o banco paga um juro anual que começa a 9,5%.
Em troca, o Banif ficou obrigado a fazer um primeiro pagamento de 150 milhões de euros ao Estado (o que aconteceu em agosto), para recomprar parte das ‘CoCo’, e mais 125 milhões de euros até final do ano, motivo pelo qual pediu agora autorização ao supervisor e regulador bancário.
Ainda como contrapartida pela ajuda do Estado, até final de junho, o Banif ficou obrigado a realizar um aumento de capital de 450 milhões de euros junto de investidores privados com o objetivo de reduzir a participação estatal para 60,57% do capital e 49,41% dos direitos de voto.
Até ao momento, o banco arrecadou 311,4 milhões de euros em quatro aumentos de capital. Destes, 100 milhões de euros foram subscritos pelos seus principais acionistas (a 'holding' Rentipar, através da Açoreana Seguros, e o grupo Auto-Industrial), 100 milhões por investidores a retalho, 40,7 milhões de euros subscritos por 16 investidores e 70,7 milhões de euros através de troca de obrigações por ações.
Neste momento, o Estado português detém 68,8% do banco com sede no Funchal, faltando cerca de 137 milhões de euros para sair do controlo público, o que o banco tem dito que quer ir buscar a investidores estrangeiros.
O Banif aguarda ainda a ‘luz verde’ da Comissão Europeia quanto ao seu plano de reestruturação, apesar de já ser conhecido que o banco terá de cortar custos e sair das unidades que tem fora de Portugal.