Açoriano Oriental
58 danças e bailinhos espalharam gargalhadas pela Ilha Lilás

Durante quatro noites, a tradição voltou a levar pessoas de todas as freguesias aos salões da Ilha Terceira, que garantiram a abertura para a festa.


Autor: Maria Andrade/Ana Carvalho Melo

Quarenta e cinco danças e bailinhos, sete danças de pandeiro, quatro comédias, duas danças de espada e um monólogo percorreram, ao longo dos quatro dias de Carnaval, os salões da Terceira, para celebrar a tradição onde todos são artistas.

É costume ouvirmos que, às vezes, é preciso “rir para não chorar” e é exatamente isso que acontece nas manifestações de teatro popular que acontecem nesta altura do ano pelas terras terceirenses.

No total, os diferentes grupos juntaram cerca de 1500 elementos que, apesar dos apoios públicos não chegarem para a despesa que têm na preparação para estes dias, mantém vivo o costume.

Este ano, apesar do preço do aluguer dos autocarros ter subido para mais do dobro, tendo havido a possibilidade de a situação comprometer a realização do Carnaval, os números mantém-se muito semelhantes aos do ano passado.

E como “é Carnaval, ninguém leva a mal” os temas da sátira, característica das danças e bailinhos, vão desde o aniversário do encerramento da estrada regional do Raminho, interrompida devido aos estragos causados pelo sismo, até às malas alegadamente roubadas no aeroporto por um deputado do CHEGA.

Os anos passam, a tradição evolui, mas “não se amassa”. O Carnaval da Terceira é uma festividade sem regras que agora recebe cada vez mais músicos vindos dos conservatórios e escritores mais novos.

“É o único festival em que as próprias pessoas que fazem o evento pagam para divertir as pessoas [que estão a assistir], para tocar, para cantar”, afirmou, em declarações à Agência Lusa, o músico, ator e escritor de danças e bailinhos de Carnaval Evandro Meneses.

No entanto, a tradição não se faz só nestes quatro dias. 13 grupos de danças e bailinhos do Carnaval Sénior, incluindo o grupo do Clube dos Amigos da Ilha Terceira que veio da costa leste dos Estados Unidos, também saíram à rua durante dois fins-de-semana.

O Carnaval da Ilha Terceira é, desde 2020, Património Cultural Imaterial de Portugal pela Direção Geral do Património Cultural. Agora, o Governo Regional dos Açores, os municípios da Praia da Vitória e Angra do Heroísmo e o Museu do Carnaval Hélio Costa, situado na freguesa das Lajes, preparam uma candidatura a património mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura da UNESCO.

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