Autor: Lusa/AO Online
Falando em conferência de imprensa no final do Conselho Europeu extraordinário, Von der Leyen anunciou que “em meados de junho” se vai reunir com o Presidente egípcio, Abdul Al-Sisi, para debater o problema do abastecimento de trigo ao país, muito dependente das importações da Ucrânia.
“Está em desenvolvimento uma grave crise alimentar com total responsabilidade da Rússia, por causa desta guerra brutal e inclassificável”, disse a líder do executivo comunitário, adiantando que Moscovo não se limita a bloquear os portos ucranianos no Mar Negro, mas também “bombardeia armazéns e campos aráveis”.
Por seu lado, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, salientou que a União Europeia e a União Africana têm de ver como “podem cooperar de maneira mais efetiva”.
Uma ideia partilhada por Ursula von der Leyen, que defendeu a necessidade de “ajudar a aumentar, a médio e longo prazo, a produção [agrícola] em África”.
Numa situação normal, adiantou Von der Leyen na conferência de imprensa, a Ucrânia exporta em média cinco milhões de toneladas por mês, mas atualmente não passa de 200 mil nas ‘vias verdes’, de solidariedade da UE.
Charles Michel acrescentou que o bloco apoia “todos os esforços da ONU para abrir um corredor marítimo no Mar Negro”.
No que respeita ao bloqueio russo imposto nos portos ucranianos, nomeadamente o de Odessa, os líderes europeus apelam, nas conclusões adotadas, aos Estados-membros que “acelerem o trabalho nas ‘Vias de Solidariedade’”, que poderão servir como alternativa terrestre - ainda que mais lenta e mais cara – para o escoamento dos 20 milhões de toneladas de trigo bloqueadas na Ucrânia.