Açoriano Oriental
Vanessa Fernandes estava descrente na vitória
Vanessa Fernandes admitiu hoje que no íntimo estava descrente na vitória no triatlo dos Jogos Olímpicos Pequim2008 e garantiu que a prata conquistada tem sabor a ouro, face à dimensão desportiva de Portugal.
Vanessa Fernandes estava descrente na vitória

Autor: Lusa / AO Online
    “O pódio era possível, mas algo dentro de mim me dizia que o ouro não ia ser para mim ainda este ano. Era cedo para conseguir isso. Já o segundo lugar, com a idade que tenho, e comparar-me com ela (Emma Snowsill), já foi muito bom. E a sensação que tive também. Foi tudo bastante positivo”, revelou.

    Apesar de lhe faltar no olhar o brilho dos seus maiores triunfos, a pentacampeã europeia fala de um sabor muito especial: “Esta prata é como ouro. Significa muito para mim, pois Portugal é um país pequeno e não tem as condições da Austrália, a grande potência da modalidade”.

    “Somos um pequeno país que ainda agora entrou no triatlo. Começámos a aprender um pouco tarde sobre esta modalidade, mas é bom para Portugal e a Europa meter alguém no pódio olímpico. Significa muito para mim”, vincou.

    E, aproveitando para estimular os seus colegas que ainda vão competir em Pequim2008, acrescentou: “isto serve para todos os atletas em Portugal acreditarem no seu trabalho e pensar que é possível”.

    “Nos Jogos olímpicos todos querem estar ao melhor nível. Todos deram o melhor. É muito difícil estar no top. Todas devemos estar contentes com esta corrida”, prosseguiu.

    A humildade que lhe é característica foi confirmada quando disse estar “orgulhosa” por ter sido Emma Snowsill (a sua grande rival internacional) a conquistar o ouro, pois “ela é um modelo enquanto atleta”.

    A australiana fugiu, imparável, no início dos 10 quilómetros de corrida, sem que a portuguesa a conseguisse acompanhar: “esforcei-me um bocado na bicicleta a reagir aos ataques das suíças e, quando saí para a corrida, reagi mal e tive de me controlar nas duas primeiras voltas, porque não conseguia meter ritmo nas pernas, algo que só consegui ultrapassar nas duas ultimas voltas”.

    “Só na meta senti que estava garantida a prata. Houve momento em que estava a ver que não conseguia. Foi sofrer até ao fim. Todas as atletas se apresentaram muito bem hoje”, acrescentou.

    Vanessa Fernandes garantiu que a única estratégia era “tentar andar lá na frente desde a água e controlar o ciclismo, para, depois, tentar decidir na corrida”.

    “A diferença (das três ultimas vitórias na Taça do Mundo neste circuito) é que isto são os Jogos Olímpicos. Nas Taças do Mundo, elas podiam estar em fim de época e não tão bem. E nesta prova toda a gente aparece a 100 por cento. A Snowsill, com a experiência que tem, fez o que foi preciso para atingir o seu objectivo”, concluiu.
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