Autor: Lusa / AO Online
A informação vem descrita no livro "Terapêuticas Alternativas de Origem Botânica - Efeitos Adversos e Interacções Medicamentosas" da autoria do médico do Hospital Garcia de Orta José Barata.
"A OMS recebeu cerca de 16 mil notificações de efeitos adversos entre 1968 e 1997 e cerca de cinco mil nos últimos 15 anos do século passado", refere o estudo do médico do Garcia de Orta, acrescentando que só num ano, em 2001, chegaram à Food and Drug Administration 500 registos de situações anormais.
No topo destes produtos vendidos sem qualquer controlo estão os suplementos alimentares para emagrecer que enchem prateleiras nas lojas dietéticas, parafarmácias e farmácias.
"As substâncias usadas em terapêuticas de emagrecimento constituem um dos principais factores de risco para efeitos adversos imputáveis a medicamentos não convencionais", refere o primeiro estudo publicado em Portugal sobre estes produtos de origem botânica.
São também de destacar o elevado consumo destas substâncias para tratar as doenças tão variadas como cólicas renais, pedras nos rins ou mesmo doenças malignas.
Com "publicidades enganosas e por vezes até hilariantes", dizem que são 100 por cento naturais, que purificam, desintoxicam e que são milagrosos para perder peso. Por dizer ficam sempre os riscos que acarreta o seu consumo.
Entre os efeitos secundários mais registados estão as "hepatites, as doenças cardio-vasculares, as alterações do sistema nervoso e os problemas renais e cutâneos", lembrou José Barata.
"As pessoas têm a ideia de que se é natural é bom e por isso não faz mal. Mas a verdade é que faz tão mal como os outros medicamentos", alerta o especialista, lembrando que ao contrário dos medicamentos tradicionais estes não têm bula, sendo por isso desconhecidos os efeitos secundários.
Escondem-se atrás da designação de "suplementos alimentares" para não terem de estar sujeitos à pesada legislação que controla os medicamentos.
No entanto, para José Barata não há dúvidas: "Se são usados para tratar, são medicamentos. O fabricante é que prefere esconder-se numa lei mais leve e permissiva, chamando-os de suplemento alimentar". Uma lei que permite que sejam colocados no mercado sem verificar a sua composição, nem garantir a sua qualidade com análises periódicas.
"Há substâncias muito perigosas que andam a circular sem rótulos nem coisa nenhuma", alertou, lembrando que "só são retirados do mercado depois de haver casos provados de risco".
Por isso, o médico do Garcia da Orta defende uma alteração da lei que obrigue esta indústria a "dizer o que [os produtos naturais] têm dentro, para que servem e quais os efeitos secundários".
Apesar de ainda não existir qualquer controlo, a adesão a estes produtos tem vindo a aumentar desde o final da década de 80. Em Portugal, estima-se que "30 a 40 por cento da população consome este tipo de produtos", disse à Lusa José Barata.
A OMS "estima que cerca de 80 por cento da população mundial recorra às práticas médicas tradicionais como forma de abordagem primária dos seus problemas de saúde".
Assim, mais de quatro mil milhões de pessoas em todo o mundo são tratadas com estes produtos porque vivem em zonas onde é dificultado o acesso aos medicamentos tradicionais ou, simplesmente, porque preferem esta opção, defende o especialista.
Só em 1997, os europeus gastaram sete biliões de euros na compra destes produtos, com os alemães no topo da tabela, seguidos dos franceses e italianos.
Em Portugal, verifica-se um crescimento de consumo que ronda os 30 por cento por ano, sendo a população das zonas rurais a maior consumidora.
Mulheres, migrantes e portadores de doenças crónicas benignas estão também entre os maiores consumidores, "sendo nos estratos sócio-economicos mais elevados que se nota uma maior procura destes produtos com finalidade preventiva e de bem-estar", refere o documento de josé Barata.
"A OMS recebeu cerca de 16 mil notificações de efeitos adversos entre 1968 e 1997 e cerca de cinco mil nos últimos 15 anos do século passado", refere o estudo do médico do Garcia de Orta, acrescentando que só num ano, em 2001, chegaram à Food and Drug Administration 500 registos de situações anormais.
No topo destes produtos vendidos sem qualquer controlo estão os suplementos alimentares para emagrecer que enchem prateleiras nas lojas dietéticas, parafarmácias e farmácias.
"As substâncias usadas em terapêuticas de emagrecimento constituem um dos principais factores de risco para efeitos adversos imputáveis a medicamentos não convencionais", refere o primeiro estudo publicado em Portugal sobre estes produtos de origem botânica.
São também de destacar o elevado consumo destas substâncias para tratar as doenças tão variadas como cólicas renais, pedras nos rins ou mesmo doenças malignas.
Com "publicidades enganosas e por vezes até hilariantes", dizem que são 100 por cento naturais, que purificam, desintoxicam e que são milagrosos para perder peso. Por dizer ficam sempre os riscos que acarreta o seu consumo.
Entre os efeitos secundários mais registados estão as "hepatites, as doenças cardio-vasculares, as alterações do sistema nervoso e os problemas renais e cutâneos", lembrou José Barata.
"As pessoas têm a ideia de que se é natural é bom e por isso não faz mal. Mas a verdade é que faz tão mal como os outros medicamentos", alerta o especialista, lembrando que ao contrário dos medicamentos tradicionais estes não têm bula, sendo por isso desconhecidos os efeitos secundários.
Escondem-se atrás da designação de "suplementos alimentares" para não terem de estar sujeitos à pesada legislação que controla os medicamentos.
No entanto, para José Barata não há dúvidas: "Se são usados para tratar, são medicamentos. O fabricante é que prefere esconder-se numa lei mais leve e permissiva, chamando-os de suplemento alimentar". Uma lei que permite que sejam colocados no mercado sem verificar a sua composição, nem garantir a sua qualidade com análises periódicas.
"Há substâncias muito perigosas que andam a circular sem rótulos nem coisa nenhuma", alertou, lembrando que "só são retirados do mercado depois de haver casos provados de risco".
Por isso, o médico do Garcia da Orta defende uma alteração da lei que obrigue esta indústria a "dizer o que [os produtos naturais] têm dentro, para que servem e quais os efeitos secundários".
Apesar de ainda não existir qualquer controlo, a adesão a estes produtos tem vindo a aumentar desde o final da década de 80. Em Portugal, estima-se que "30 a 40 por cento da população consome este tipo de produtos", disse à Lusa José Barata.
A OMS "estima que cerca de 80 por cento da população mundial recorra às práticas médicas tradicionais como forma de abordagem primária dos seus problemas de saúde".
Assim, mais de quatro mil milhões de pessoas em todo o mundo são tratadas com estes produtos porque vivem em zonas onde é dificultado o acesso aos medicamentos tradicionais ou, simplesmente, porque preferem esta opção, defende o especialista.
Só em 1997, os europeus gastaram sete biliões de euros na compra destes produtos, com os alemães no topo da tabela, seguidos dos franceses e italianos.
Em Portugal, verifica-se um crescimento de consumo que ronda os 30 por cento por ano, sendo a população das zonas rurais a maior consumidora.
Mulheres, migrantes e portadores de doenças crónicas benignas estão também entre os maiores consumidores, "sendo nos estratos sócio-economicos mais elevados que se nota uma maior procura destes produtos com finalidade preventiva e de bem-estar", refere o documento de josé Barata.