Autor: Lusa/AO Online
Os dados contam do Atlas Artístico e Cultural de Portugal que foi desenvolvido pelo Observatório Português das Atividades Culturais (OPAC).
Sobre a exibição cinematográfica, o estudo remete para dados de 2021, indicando que apenas 113 dos 308 municípios portugueses (36,7%) dispunham de um recinto de cinema e que a distribuição geográfica era, sobretudo, “nos municípios do litoral, nas regiões do Alentejo e do Algarve e nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto”.
Também existiam recintos de cinema nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, mas não em todas as ilhas, segundo dados de 2021.
O panorama da exibição em circuito comercial indica ainda que é uma atividade “marcadamente de gestão privada”, em 64,2% dos recintos, e que três em cada quatro salas estão localizadas em centros comerciais.
Neste Atlas lê-se ainda que “a exibição de cinema em sala é um dos domínios mais afetados pelos consumos domésticos”, nomeadamente pelo alargamento do número dos canais na televisão em sinal aberto e fechado, e pela digitalização e multiplicação das plataformas globais de ‘streaming’.
No estudo, é também sublinhada uma diferença de realidades: uma coisa é ter infraestruturas “instaladas e legalizadas, suscetíveis de estar em condições de exibir cinema”; outra coisa é ter salas com “exibição efetiva de cinema”.
Ou seja, registam-se “diferenças significativas entre o dispor de recintos e o ter oferta de cinema”.
Segundo este atlas, a oferta de cinema concentra-se “nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e em algumas capitais de distrito, em particular nas regiões Centro e Norte”.
No entanto, alargando a possibilidade de exibição de cinema a outros “recintos fixos de espetáculo da natureza artística”, como por exemplo, auditórios e cineteatros municipais, o estudo indica que em 2022 quase dois em cada três municípios dispunham de pelo menos um recinto de cinema, com um predomínio nas regiões do Alentejo, Centro e Área Metropolitana de Lisboa.
Este estudo resulta de uma decisão governamental tomada em junho de 2020, quando o Ministério da Cultura era tutelado por Graça Fonseca.
O estudo foi feito no âmbito de um acordo entre a Direção-Geral das Artes e o ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, através do OPAC.