Autor: Lusa/AO Online
A Sérvia condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, mas até agora recusou-se a aplicar sanções e até denunciou a pressão da União Europeia (UE) para o fazer.
Num discurso perante o Parlamento, Brnabic, que inicia quarta-feira o terceiro mandato no cargo, afirmou que os progressos em direção à UE já não dependem tanto da aprovação de reformas que aproximem a Sérvia das normas políticas e económicas da EU.
Agora, declarou, depende de o país decidir sancionar a Rússia e normalizar as relações no Kosovo, província que se tornou independente em 2008 e cuja soberania Belgrado ainda não reconhece.
"Ouvimos há muito tempo que o Estado de direito é importante, mas agora vemos que depende se nos alinhamos com a política externa e de segurança, ou seja, com a imposição de sanções", afirmou Brnabic.
A chefe do governo considerou "cínica" a condição imposta de melhoria da relação com o Kosovo e assegurou que as autoridades daquele país se recusam a conceder qualquer tipo de autonomia aos sérvios que continuam a lá viver.
A soberania do Kosovo foi reconhecida pela maioria dos parceiros da UE e pelos EUA, mas não pela Rússia, China, Índia ou Espanha.
Brnabic apelou ao "respeito pela integridade territorial" da Sérvia, tal como o de outros países, e insistiu que a Sérvia tem "plena autonomia" para tomar decisões de acordo com os seus próprios interesses.
O novo governo de Brnabic foi apresentado quase sete meses após as eleições de 3 de abril, ganhas pelo Partido Progressista Sérvio (SNS) do Presidente Aleksandar Vucic, que forma Governo em coligação com o Partido Socialista da Sérvia(SPS).