Autor: Lusa /AO Online
Depois de uma primeira parte atípica, Portugal ‘saltou’ para a frente no segundo tempo, porém, quando parecia ter o controlo, ante um adversário que precisava vencer por três golos, perdeu-o, cedendo pela margem mínima e despedindo-se de Tóquio2020.
A necessitarem de ganhar para seguirem, sem mais contas, para os quartos de final, os ‘heróis do mar’ foram penalizados no desempate entre três seleções, todas com dois pontos.
Portugal venceu o Bahrain por um golo, o conjunto do Médio Oriente ganhou ao Japão por dois e os nipónicos bateram os lusos por um, pelo que o Bahrain ficou em vantagem e segue em frente, mesmo sem ter jogado ainda com o Egito.
A lutar contra os efeitos do fuso horário, o selecionador Paulo Jorge Pereira já tinha avisado para o perigo de defrontar os nipónicos às 09:00 (01:00 em Lisboa), e a verdade é que se percebeu o porquê logo na primeira parte, que terminou com desvantagem de 14-16.
Os europeus, em estreia olímpica, estiveram na frente aos 2-1, mas depois, como que anestesiados, correram sempre atrás do marcador, em desvantagem média de dois tentos, também com algum azar, pois nesta fase enviou quatro bolas aos ‘ferros’.
A vitalidade do Japão, com uma mobilidade impressionante, era difícil de acompanhar pelos portugueses, que aos 15 minutos só tinham feito cinco golos, eficácia baixíssima para o seu nível, em teoria mais elevado do que o seu opositor.
O guarda-redes Humberto Gomes estava em bom plano e evitou que o rival descolasse no marcador, contudo o seu homólogo, Yuta Iwashita, destacava-se, nesta fase, ainda mais, com um conjunto de defesas decisivas para chegar à diferença de três (14-11) que a sua equipa precisava.
Na etapa complementar, Portugal surgiu mais focado e eficaz, com ataques mais pensados e isso permitiu-lhe voltar à liderança (21-20) que lhe escapava desde o 2-1, com um golo de Rui Silva.
Perante um opositor a cometer alguns erros e cada vez mais longe da sua meta, os ‘heróis do mar’ dispuseram de diversas situações para se distanciar, mas desperdiçou-as, não sem a influência de sucessivas intervenções inspiradas do guarda-redes Motoki Sacai, que saiu do banco para ser decisivo.
Os últimos minutos foram muito intensos e foi nos dois últimos que Portugal falhou o objetivo, com maus passes, remates sem acertar no alvo e a permitir concretizações fáceis ao rival – incluindo, sem guarda-redes – que celebrou um frustrado triunfo, pois também ficou pelo caminho.