Autor: Lusa/AO Online
“Não podemos ignorar os investimentos anunciados pela propaganda socialista, que levam, em média, mais de uma década até que sejam concretizados na ilha Terceira. E agora seriam peças fulcrais na criação de emprego e geração de riqueza”, afirmou a vice-presidente da Comissão Política de Ilha do PSD na Terceira Mónica Seidi.
Segundo a também deputada regional social-democrata, muitos dos investimentos previstos já não vão a tempo de serem concretizados nesta legislatura, como a implementação de um posto de abastecimento de gás natural liquefeito (GNL) no Porto da Praia da Vitória.
“Já percebemos que esse projeto não vai avançar, embora o Governo Regional não o queira assumir e a prova disso é que só agora no Orçamento do Estado para 2020 é que o Partido Socialista na República inscreveu uma rubrica para que fosse feito um estudo de viabilidade económica relativamente a este projeto”, frisou.
Mónica Seidi acusou o executivo açoriano socialista de não ter “coragem política” para dizer “que nada será feito”, numa altura em que já se começa a discutir a possibilidade de o GNL ser “substituído por outro tipo de material”.
Segundo o PSD/Terceira, o eixo Porto da Praia da Vitória-Base das Lajes tem um potencial enorme no desenvolvimento da economia da ilha, mas nem Governo Regional, nem Governo da República se querem comprometer com o desenvolvimento de novas valências associadas a estas duas infraestruturas.
“Até hoje não sabemos qual é o papel e a importância que o PS quer dar ao Porto da Praia, inserida obviamente numa estratégia de desenvolvimento regional. Há um silêncio comprometedor entre Governo da República e Governo Regional que prejudica a ilha Terceira”, sublinhou Mónica Seidi.
A dirigente social-democrata considerou, por outro lado, “inqualificável” que os orçamentos da região não tenham ainda integrado verbas para a criação de um cais de cruzeiros na Praia da Vitória, depois de ter sido aprovada por unanimidade, em 2018, uma proposta do PSD nesse sentido.
Segundo Mónica Seidi, a Portos dos Açores, empresa que gere os portos da região, tem um estudo que aponta quatro possíveis localizações para o projeto, anunciado em 2014, mas quem governa "não teve a coragem de decidir".
Ainda em matéria de infraestruturas portuárias, a deputada criticou o atraso nas obras de ampliação e dinamização do Porto das Pipas, em Angra do Heroísmo, prometidas “desde 2008” e “sucessivamente adiadas”.
Os social-democratas da ilha Terceira salientaram, por outro lado, que “10 mil utentes” do concelho de Angra do Heroísmo continuam sem médico de família, quando tinha sido prometida a cobertura total do arquipélago em 2016.
Reivindicaram ainda a instalação de um serviço de radioterapia no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira e a criação de uma segunda equipa de evacuações médicas na unidade.
“Não é um capricho do PSD, é uma necessidade fruto da nossa condição arquipelágica. E é falso que a criação da mesma dependa do número total de evacuações que são realizadas anualmente, porque como sabem estamos a falar, na maior parte das vezes, de situações imprevisíveis. Tem-nos valido o amor à camisola dos elementos que constituem esta equipa”, salientou Mónica Seidi, que é também médica.