Autor: Paula Gouveia
A secretária regional da Saúde e Mónica Seidi, anunciou ontem, na Comissão de Assuntos Sociais que no próximo dia 17 de junho, será aberta a Unidade Básica de Urgência no Centro de Saúde de Ponta Delgada.
De acordo com a governante, estão a decorrer obras para permitir a sua abertura, sendo que esta unidade terá uma máquina “point of care” para análises clínicas mais simples, bem como um Raio-X até ao último trimestre deste ano, e cuja aquisição estava já prevista no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
A secretária regional com a tutela da Saúde revelou ainda que está em preparação a abertura, na zona nascente do hospital, de uma enfermaria com 180 camas, o que vai exigir mais recursos humanos.
Mónica Seidi admitiu que é urgente a disponibilização de mais camas para internamento. Neste momento, estão disponíveis cerca de 200 camas (quando o hospital, antes do incêndio, tinha cerca de 400 camas). Mas, devido à falta de um sistema de ventilação eficaz no Pavilhão Carlos Silveira (calor pode ser um problema no verão), pretende-se transferir estes doentes para esta enfermaria.
De acordo com a responsável, estão a ser utilizadas 40 camas na CUF, 64 camas no Pavilhão Carlos Silveira, 28 camas no Centro de Saúde da Ribeira Grande, a que serão acrescentadas outras 28 após as obras que estão a decorrer, a par de mais camas na Clínica do Bom Jesus e Nossa Senhora da Conceição.
Em relação à estrutura modular que está a ser pensada para o perímetro do hospital de Ponta Delgada, Mónica Seidi diz que “se pudesse ser para ontem, seria, mas infelizmente não pode ser”, isto porque a sua instalação implica burocracia associada ao regime de contratação pública, embora se pretenda encurtar prazos, bem como trabalhos prévios que, só por si poderão demorar três semanas, ao nível de saneamento, sistemas elétrico, sistema informático, via de circulação, terraplanagens e muro de suporte, bem como rede de gases medicinais.
De acordo com Mónica Seidi, este tipo de estrutura modular será utilizada para o Serviço de Urgência, valência de internamento, bloco operatório e Unidade de Cuidados Intensivos.
Em
relação à situação anterior ao incêndio do Serviço de Urgência do HDES, a
governante disse que este funcionava “acima do limite das suas
capacidades e com uma funcionalidade e desajustada da realidade”. Sendo
que, por essa razão, a primeira obra que o seu executivo gostaria de
realizar no edifício do hospital é neste serviço, tendo lembrado que
existia um projeto de 2016 no valor de 18 milhões de euros que nunca
chegou a avançar.
“Nada está como era”
Um mês depois do incêndio, a secretária regional da Saúde disse aos deputados que “nada está como era, nem as coisas serão iguais”. “Não
temos uma estrutura física para dar apoio aos utentes do Serviço
Regional de Saúde”, e apesar de se estar a dar uma “resposta eficaz, mas
não é a mesma resposta que seria dada se tivéssemos um hospital”.
Mónica Seidi enunciou quais os trabalhos que estão em curso no edifício do hospital: estão a ser feitas inspeções pela SEGMA aos 139 quadros elétricos, com a instalação do terceiro PT (que são uma solução transitória) foi restabelecida a energia regular no HDES, seguindo-se os ensaios; decorre a limpeza das condutas de ventilação e ar condicionado e testes à qualidade do ar; está a ser feita uma intervenção na rede de gases medicinais para permitir a sua retoma no prazo de duas semanas.
Os serviços não clínicos estão todos a funcionar no edifício do hospital, o sistema sanitário não foi afetado, tal como a rede de cablagem. O laboratório está a funcionar desde dia 13 de maio, a Hemodiálise foi retomada no dia 22, assim como as Consultas Externas com exceções de algumas especialidades.