Açoriano Oriental
PR brasileiro diz que encontro de Macron com Lula da Silva foi "uma provocação"

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, descreveu como “uma provocação” o facto de o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter recebido o ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada em Paris.

PR brasileiro diz que encontro de Macron com Lula da Silva foi "uma provocação"

Autor: Lusa/AO Online

“Parece que é uma provocação. Será que ele [Macron] e os seus serviços de inteligência não sabem quem foi Lula [da Silva] aqui”, questionou o Presidente brasileiro, numa entrevista à rádio Sociedade da Baía.

“Macron tem um problema comigo” e “até recentemente ele publicava fotos com mais de 10 anos dizendo que a Amazónia estava a pegar fogo”, acrescentou Bolsonaro, que já teve fortes atritos com o Presidente francês em debates sobre questões ambientais.

O chefe de Estado brasileiro garantiu ainda que Macron "é o grande adversário" do acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul (bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), anunciado em 2019 e cuja ratificação está em causa devido à subida da desflorestação na Amazónia brasileira.

Aumentando o tom, o Presidente brasileiro acrescentou que “a França não é um exemplo” para o Brasil, “muito menos o senhor Macron, que está muito bem acompanhado por Lula [da Silva]”, a quem qualificou de corrupto.

Lula da Silva, que já surge como grande favorito e principal rival do Bolsonaro nas eleições de 2022, fez recentemente um périplo que o levou à Alemanha, Bélgica, França e Espanha, onde foi recebido por várias autoridades, o Parlamento Europeu, por Macron e também pelo Presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez.

Nos últimos meses, Bolsonaro tem dedicado boa parte dos seus discursos a criticar Lula da Silva, que por sua vez mantém uma linha dura de crítica ao governo.

Na sua viagem pela Europa, Lula da Silva afirmou que Bolsonaro "está a destruir o país", reiterou que "em fevereiro ou março" decidirá se será candidato no próximo ano e disse que, se assim for, a sua tarefa será "recuperar o prestígio do Brasil e que as pessoas possam comer três vezes ao dia”.


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