Autor: Lusa/AO Online
“Temos de reconhecer o risco de um segundo pico, o risco de perder o controlo sobre este vírus e deixar que a taxa de contágio volte a subir acima de um. Porque isso significaria, não só uma nova vaga de mortes e doença, mas um desastre económico”, justificou.
Boris Johnson falava à porta da residência oficial, em Downing Street, para onde regressou no domingo após duas semanas fora de Londres em convalescença de uma infeção com Covid-19.
"Eu sei que é duro, e eu quero pôr a economia a mexer-se o mais depressa possível, mas recuso desperdiçar todo o esforço e sacrifício do povo britânico e arriscar um segundo grande surto e enorme perda de vida e a sobrecarga do NHS [serviço nacional de saúde]”, argumentou.
Dirigindo-se diretamente aos britânicos, urgiu: “Peço-vos que contenham a vossa impaciência porque estamos a chegar ao fim da primeira fase deste conflito”.
Enumerando os cinco critérios que precisam de ser preenchidos para aliviar as medidas de distanciamento social em vigor desde 23 de março, reiterou a necessidade de reduzir o número de mortes, de pacientes hospitalizados e da taxa de contágio, de aumentar a capacidade de testagem e de garantir que não existe o risco de um segundo pico de infeções.
Só depois, adiantou, será possível “começar gradualmente a refinar as restrições sociais e económicas e, um a um, acionar os motores da grande economia britânica”, antecipando "decisões difíceis”.
Sobre o plano para o desconfinamento, disse que não será publicado ainda, mas prometeu mais novidades nos próximos dias e “a maior transparência possível”, em consenso com empresas, diferentes regiões do Reino Unido e também com os partidos da oposição.
“Os preparativos estão em curso há várias semanas para permitir chegar à fase dois desta luta, pois acredito que estamos no bom caminho para ultrapassar a fase um”, garantiu.
O primeiro-ministro voltou hoje ao trabalho, apenas dois dias após o país se ter tornado o quinto a ultrapassar a barreira das 20.000 mortes provocadas pelo novo coronavírus, depois dos EUA, Itália, Espanha e França.
De acordo com o balanço de domingo do Ministério da Saúde britânico, o Reino Unido registou 20.732 óbitos durante a pandemia covid-19, e o número total de casos de contágio é agora de 152.840.