Autor: Lusa /AO Online
Perante quase 20.000 espectadores no Estádio do Bessa, no Porto, o médio evitou uma queda praticamente certa das ‘panteras’ no play-off de manutenção, aos 90+11 minutos, relegando o Portimonense para um duplo encontro com o terceiro classificado da II Liga.
O empate com sabor a vitória nasceu de uma grande penalidade assinalada com recurso ao videoárbitro (VAR) e reflete uma época tumultuosa dentro e fora das quatro linhas do Boavista, que também contou com um golo de Joel Silva (53 minutos) para responder às duas vantagens logradas pelo Vizela através de Lebedenko (30) e Matheus Pereira (61).
O Boavista terminou a edição 2023/24 da I Liga na 15.ª posição, a última de manutenção automática, com os mesmos 32 pontos do Portimonense, 16.º, aproveitando uma melhor diferença de tentos para se superiorizar aos algarvios, com os quais estava também em igualdade no confronto direto, ao passo que o Vizela é, para já, 17.º e penúltimo, com 26.
Jorge Simão devolveu Abascal, Onyemaechi, Filipe Ferreira e Bozeník à titularidade em relação à derrota ‘axadrezada’ na visita ao rival FC Porto (2-1), colmatando as ‘baixas’ de Pedro Malheiro e Makouta, ambos suspensos, e do capitão Sebastián Pérez, lesionado.
Apesar de partirem com o contexto mais favorável entre as equipas inseridas na fuga ao play-off, as ‘panteras’ deixaram-se dominar pelo nervosismo, que foi progredindo com as vantagens precoces de Estrela da Amadora e de Portimonense nos respetivos embates.
O guarda-redes João Gonçalves ainda deteve uma tentativa de ‘chapéu’ de Tomás Silva, que havia sido lançado por Pedro Ortiz antes da linha de meio-campo, aos 18 minutos, e viu Samu a atirar por cima de livre direto, aos 28, mas nada conseguiu fazer à meia hora.
Orest Lebedenko concluiu de cabeça um centro de Matheus Pereira na direita e deixou o Vizela em vantagem, relegando virtualmente para a indesejada antepenúltima posição o Boavista, que acusava problemas técnico-táticos e emocionais perante a fluidez minhota.
Com Buntić, Rodrigo Escoval, Matheus Pereira e Domingos Quina a serem utilizados de início face à goleada caseira sobre o Estrela da Amadora (4-0), a equipa de Rubén de la Barrera assumia-se com bola em busca de uma despedida honrosa da elite e insistiu aos 44 minutos, quando Diogo Nascimento forçou João Gonçalves a uma defesa de recurso.
Incapazes de enquadrar remates e criar ocasiões até ao intervalo, as ‘panteras’ voltaram mais proativos dos balneários e ameaçaram aos 49 minutos, com Bozeník a finalizar de cabeça à figura de Buntić, após solicitação de Sasso, que errou em zona frontal, aos 51.
O melhor período do Boavista em todo o jogo seria recompensado aos 53 minutos, com Salvador Agra a levantar um canto na esquerda e Bruno Onyemaechi a acertar no poste, sobrando a bola para Joel Silva, que ‘fuzilou’ à entrada da área e restabeleceu o empate.
O ambiente ficou ao rubro no Bessa, uma vez que o Portimonense estava de regresso ao lugar de play-off, mas esmoreceu ao fim de oito minutos, com Samu a lançar em contra-ataque Matías Lacava, que cruzou na esquerda para a emenda fácil de Matheus Pereira.
Essa pronta reação do Vizela ‘toldava’ de novo o conjunto de Jorge Simão, que passou a jogar em desespero com o avanço do relógio, por entre um golpe ao lado de Sasso (73 minutos) e três perdidas de Bozeník (78, 79 e 82), a segunda delas impedida por Buntić.
Se Lebedenko espreitou o 3-1 ao quarto minuto de compensação, um cabeceamento de Martim Tavares bloqueado com a mão por Tomás Silva motivou o árbitro Tiago Martins a recorrer ao VAR para sancionar a grande penalidade batida por Reisinho, já aos 90+11.
As hostes boavisteiras trocavam a tensão pela loucura no último ‘suspiro’ do duelo, para gáudio do acionista maioritário Gérard Lopez e do recém-empossado líder da SAD, o ex-futebolista Fary Faye, que estiveram juntos pela primeira vez na tribuna presidencial, em pleno 23.º aniversário da conquista do único título de campeão nacional dos portuenses.