Autor: Lusa /AO Online
Depois de um ano em que as ações de voluntariado nas cadeias portuguesas foram fortemente limitadas devido à pandemia de covid-19, o plano de ação da equipa de Coordenação Nacional da Pastoral Penitenciária, liderada pelo padre José Luís Gonçalves, aponta para, até 2023, a constituição de equipas de voluntários em cada uma das dioceses, por forma a “fomentar a ação pastoral em todos os estabelecimentos prisionais” do país.
No XVI Encontro Nacional de Colaboradores e Voluntários Prisionais, que hoje decorreu em formato ‘online’ – inicialmente esteve prevista a sua realização presencial em Fátima -, o padre José Luís Gonçalves alertou também para a necessidade de a preocupação da comunidade paroquial ou diocesana ser estendida às famílias dos reclusos, tendo em conta “os desafios de ordem social” que vivem.
O acompanhamento das pessoas em reclusão domiciliária, sujeitos a pulseira eletrónica, foi outra das preocupações apontadas pelo coordenador.
Participante no encontro, Sónia Rosendo, da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, sublinhou a importância da gestão e formação dos voluntários, apontando para o lançamento do Programa de Gestão do Voluntariado em Meio Prisional, em parceria com a cooperativa de solidariedade “Aproximar”.
Por outro lado, Portugal participa com Alemanha, Bélgica, Polónia e Roménia no projeto “Prisons Managing Volunteers in Europe”, com o objetivo de “investir na qualificação da gestão do voluntariado no sistema de justiça criminal”.
Já o bispo auxiliar de Lisboa, Joaquim Mendes, membro da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, sublinhou os novos desafios colocados pela pandemia, alertando para a necessidade de criação de “grupos de reflexão de reclusos cristãos” nas cadeias.
Por outro lado, e tendo em conta que “os estabelecimentos prisionais são uma periferia” – uns em termos geográficos, mas na generalidade em relação às comunidades onde se inserem -, o prelado apelou à ação junto das comunidades locais, para que sejam mais próximas dos reclusos e mais inclusivas.
O bispo, também o responsável pastoral pela Jornada Mundial da Juventude que se realiza em Lisboa em 2023, deixou também o desejo de ver os reclusos jovens envolvidos na caminhada até àquele evento, que será encerrado pelo Papa.
Foi ainda anunciado no encontro que a Pastoral Penitenciária vai ter a sua peregrinação a Fátima no próximo dia 18 de setembro.