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Papa apela a fraternidade entre religiões, explicam confissões

O Papa Francisco apelou à fraternidade enquanto caminho e trabalho que as religiões “podem e devem ter entre si e nos contextos em que estão inseridos”, disse o bispo da Igreja Anglicana em Portugal.

 Papa apela a fraternidade entre religiões, explicam confissões

Autor: Lusa

Segundo Jorge Pina Cabral, o apelo foi feito no encontro do Papa com várias confissões religiosas, na Nunciatura Apostólica, em Lisboa.

O Papa está na capital portuguesa para participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que termina no domingo.

Num resumo do encontro feito no Centro de Imprensa da JMJ por algumas das confissões presentes, Jorge Pina Cabral salientou que o diálogo inter-religioso já se faz em Portugal há muito tempo. “Foi bonito estarmos junto, mas já nos conhecemos”, disse.

“A presença do Santo Padre foi como que a dizer-nos que estamos num caminho importante para a nossa missão enquanto igrejas e religiões em Portugal”, considerou o responsável, acrescentando que o Papa também lhes pediu para terem atenção à juventude.

Salientando que o diálogo inter-religioso é um desiderato do Papa, o presidente da Aliança Evangélica, Timóteo Cavaco, destacou o ambiente do encontro com Francisco, porque todos saíram com a sensação de terem estado num encontro e não numa audiência ou receção.

Timóteo Cavaco lembrou que as diferentes religiões sempre interagiram, mas essencialmente num espírito de confronto, e salientou que o que se pretende é que essa ligação se possa fazer em diálogo e inclusão.

“Este é o caminho” e o desafio é que o continuemos a percorrer, afirmou.

Na mesma linha, Suryakala Chhanganlal, representante da Comunidade Hindu de Portugal, disse que para construir um mundo de paz é preciso que as diferentes confissões religiosas convivam, acrescentando que é isso que o Papa Francisco quer, criar um mundo de paz.

Peter Stilwell, diretor do Departamento das Relações Ecuménicas e do Diálogo Inter-Religioso, contou que no encontro o Papa levou a mão ao bolso, afirmando: “temos de ter a mão estendida para cumprimentar e não a mão no bolso”.

“E depois explicou que a mão no bolso significa não só a questão do dinheiro, mas que as coisas são sempre negociáveis. E há certas coisas que são inegociáveis, como a abertura a Deus, a dignidade da pessoa humana e o apelo à fraternidade”, disse o responsável citando o Papa.

Francisco, salientou ainda Peter Stilwell, mostrou-se particularmente emocionado no diálogo com um bispo ortodoxo, que disse que, apesar de ser da comunidade do patriarcado ortodoxo russo, via com grande preocupação a questão da guerra na Ucrânia, e que queria agradecer ao Papa tudo o que tem feito por aquele país.

O Papa Francisco regressa hoje ao final da tarde ao Parque Eduardo VII, por estes dias renomeado ‘Colina do Encontro’, depois de ali ter tido, na quinta-feira, o primeiro encontro oficial com os peregrinos que participam na Jornada, na cerimónia de Acolhimento.

Hoje, o Papa vai acompanhar como peregrino a Via-Sacra, que terá como tema de fundo "a "vulnerabilidade e a fragilidade" com que todos se confrontam no dia-a-dia.

A JMJ deve juntar na capital portuguesa, até domingo, um milhão de jovens.


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