Autor: Susete Rodrigues/AO Online
Na apresentação do Plano, que teve lugar na passada terça-feira, o presidente da Câmara do Nordeste, António Miguel Soares, procurou sensibilizar as entidades presentes e a população para a recolha de contributos que possam dar no sentido do enriquecimento do documento ou para salvaguarda de alguma omissão.
Conforme refere nota de imprensa, o Plano Municipal de Ação Climática do Nordeste foi elaborado pela SPI Açores, tendo recolhido também contributos de várias entidades locais, tais como as juntas de freguesia, os Serviços Florestais, a SPEA Açores, a Escola Básica e Secundária e a Escola Profissional do Nordeste, o IROA, a Direção Regional de Obras Públicas, a Santa Casa da Misericórdia e a Comissão Municipal de Proteção Civil.
As alterações climáticas, estiveram em destaque na apresentação do documento, com referência para a “subida da temperatura ao nível global, quer do ar como do mar, a ocorrência de chuva ou de neve em zonas onde não ocorriam, e outros fenómenos naturais mais evidentes”.
Identificadas as vulnerabilidades do concelho do Nordeste, a “pluviosidade é o fenómeno mais frequente, que por sua vez desencadeia outros fenómenos como movimentos de vertente e cheias, que podem ser causadas pela orografia do concelho ou por ação humana”, adianta a nota de imprensa, que explica que este fenómeno ocorre normalmente entre os meses de setembro e novembro “afetando sobretudo as freguesias de Nordeste, incluindo o lugar da Pedreira, Achada, Santana, Achadinha e Algarvia. O aumento da temperatura também se tem verificado no concelho, embora o Nordeste esteja favorecido pela extensa área florestal e por ser um território com uma zona agrícola/rústica muito superior à ocupação urbana”.
Para a redução do impacto destes fenómenos o documento conta com diversas medidas, como a “opção por práticas agroflorestais adequadas, promover a descarbonização, promover e biodiversidade e os recursos naturais, acautelar riscos, promover um ordenamento do território que minimize as consequências dos fenómenos climáticos, reduzir consumos energéticos, potenciar os transportes coletivos e a eficiência energética”.
Estas medidas, adianta a nota de imprensa da autarquia do Nordeste, poderão traduzir-se em “campanhas que aumentem a literacia da população, na revisão periódica do Plano, na elaboração de estudos com recolha das especificidades do concelho, introdução de um regulamento municipal de boas práticas para processos de obras e uso da água e dos solos, no desenvolvimento práticas mais sustentáveis ao nível dos trabalhadores do município, na implementação de um programa de voluntariado ambiental direcionado para a população escolar”.
Outras medidas também poderão ser realizadas, tal com a “criação do “Dia da Ação Climática” permitindo a partilha de políticas de territórios mais avançados nas questões da Ação Climática, manutenção do programa Eco Freguesia, reforço do Serviço Municipal de Proteção Civil com mais meios, o continuo melhoramento das drenagens de água”.