Autor: Susete Rodrigues/AO Online
A cerimónia de doação será complementada com uma comunicação intitulada "A História da Fotografia nos Açores", que será apresentada pelo doador, adianta nota do executivo.
A coleção é composta por mais de duas mil espécies em suporte de papel e mais de 500 postais ilustrados referentes a todas as ilhas dos Açores, na sua grande maioria organizados por temas e datados, o que facilita a consulta pública e a sua utilização para as mais diversas finalidades.
Cobrindo uma boa parte do século XX, esta coleção é imprescindível para a ilustração de acontecimentos históricos de caráter político, social e cultural, sendo a cidade de Angra do Heroísmo a mais documentada, a que se segue a Praia da Vitória e algumas freguesias rurais.
Além de alguns ferrótipos, a fotografia mais antiga em suporte de papel reporta a cerca de 1860, a que se juntam muitas outras do século XIX com inegável interesse histórico, com realce para a Terceira e São Miguel.
Algumas delas já foram utilizadas por Carlos Enes nos quatro volumes do Álbum Terceirense, mas muitas são inéditas e constituem um contributo importante para a compreensão e leitura renovada da história regional.
A este nível, destaca-se um conjunto de 60 fotografias da cidade de Ponta Delgada, todas legendadas.
Para além das fotografias e postais, foi também entregue um conjunto de documentos relacionados com o Liceu de Angra do Heroísmo, quando esteve instalado no Convento de São Francisco.
Há vários anos que Carlos Enes se dedica à recolha de fotografias dos Açores, adquirindo algumas e aceitando ofertas de vários particulares, entre as quais se destaca a da família de Joaquim Corte Real, cuja filha, Isabel, soube preservar.
Em conjunto com ela, Carlos Enes ordenou cerca de 20 álbuns que foram depositados há alguns anos na Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro.
Entretanto, foram surgindo sempre muitas outras fotos, que agora ficam à disposição dos investigadores.