Açoriano Oriental
Ministro da Ciência contra burocracias nas inovações científicas

O ministro da Ciência voltou a defender a necessidade de lutar contra a burocracia e as barreiras ao desenvolvimento científico, salientando a importância da articulação entre a ciência e o mundo empresarial.

Ministro da Ciência contra burocracias nas inovações científicas

Autor: Lusa/AO online


No encontro nacional de ciência e tecnologia, Ciência 2021, Manuel Heitor lembrou os “tempos sem precedentes” que se vivem, olhando para os efeitos positivos da crise pandémica na ciência como a capacidade de se ter conseguido “comprimir o tempo em que se fez uma vacina”.

“Ficou bem claro que isso foi feito devido a uma articulação inédita na história da humanidade entre a ciência mais fundamental em articulação com elementos disruptivos da nossa sociedade, ou seja, com empresas inovadoras certamente em articulação com grandes empresas para a difusão e industrialização da vacina”, sublinhou o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no discurso de abertura do encontro que hoje começou em Lisboa.

Para o governante, é “tempo de refletir” sobre as “lições da pandemia” e perceber de que forma se pode melhorar a conjugação entre a ciência fundamental e as “disrupções necessárias nos mercados”, mas também como melhor conjugar a transição digital com os desafios da transição ecológica.

“Se as inovações precisam de elementos disruptivos no mercado precisam também de nova ciência e novos conhecimentos. Isto leva-nos a tirar ilações quanto aos quadros regulatório e de simplificação. Precisamos cada vez mais de batalhar contra a burocracia - simplificando, simplificando, simplificando - e tentando não impor barreiras ao desenvolvimento científico e à inovação de base tecnológica, social ou organizacional”, defendeu durante o encontro no Centro de Congressos de Lisboa.

Na sua intervenção lembrou ainda os nove manifestos e alguns dos programas lançados durante a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, reconhecendo que “a Europa precisa de mais cientistas”, mas só o conseguirá com melhores condições de trabalho.

Com o mote de "Ciência que faz o amanhã e transforma a economia", a conferência contou no primeiro dia com vários oradores como John Gordon, líder do laboratório de inovação digital da Pfizer, que avisou logo que não iria falar sobre vacinas nem medicamentos.

O diretor da farmacêutica lembrou algumas das mudanças registadas nos últimos cinco anos, como a capacidade de se realizarem "diagnósticos cada vez mais precisos" e o facto de, em alguns países, os utentes já terem sempre consigo, em aplicações digitais, os seus registos médicos.

“Podem andar com as informações, com os seus registos médicos, nos seus telemóveis”, exemplificou o diretor da Pfizer.

Quanto ao futuro, para os próximos cinco anos, John Gordon disse que “a inovação irá acelerar o futuro na área da saúde”, nomeadamente no que toca à deteção cada vez mais precoce de doenças e na ajuda de sistemas robotizados na prevenção.

Por outro lado, acrescentou, através da recolha e tratamento de cada vez mais dados pessoais, a medicina irá tornar-se também mais personalizada, podendo ser desenhada à medida de cada paciente.

O tratamento da informação de cada pessoa permite criar um algoritmo que pode ajudar a prever os seus riscos de saúde, explicou.

A ciência permite ainda ter sistemas que identifiquem alguns sintomas e através de aplicações, algumas delas facilmente instaladas nos telemóveis, será possível a cada pessoa monitorizar o seu estado de saúde, acrescentou.

Nesta equação, aparece também a telemedicina e as iniciativas financeiras que permitam às pessoas ter acesso aos serviços de saúde, contou.

Também para o diretor da farmacêutica, o cruzamento entre as novas tecnologias, que estão em crescimento, e o aparecimento de novas empresas disruptivas facilitam o aparecimento de novas terapias.

O encontro que hoje começou em Lisboa e termina na quarta-feira reúne investigadores, empresários, políticos, estudantes e professores.


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