Autor: Lusa/AO Online
Luigi Di Maio declarou que "a interferência do Governo russo nas eleições italianas – que decorrem em 25 de setembro - é realmente preocupante”.
"Que as forças políticas italianas se afastem de forma clara, sem qualquer timidez, da propaganda russa", exortou Di Maio.
O ex-presidente russo, braço direito do atual, Vladimir Putin, afirmou na rede social Telegram que a Rússia gostaria de "ver cidadãos europeus não apenas expressar (nas urnas) o seu descontentamento pelas ações dos seus governos (…), mas também pela sua estupidez evidente".
Medvedev - atual vice-presidente do conselho de segurança nacional russo - acrescentou que "os votos dos eleitores são uma poderosa alavanca de influência".
O Governo italiano de unidade nacional cessante, liderado pelo primeiro-ministro Mario Draghi, apoiou totalmente as sanções ocidentais contra a Rússia pela sua invasão da Ucrânia, bem como o envio de armas para Kiev.
O ministro italiano disse que Medvedev deu uma "indicação clara sobre como votar" nas eleições gerais em Itália, referindo-se ao facto de o partido Irmãos de Itália (FdI/extrema-direita) não ter participado no Governo de Mario Draghi.
Mesmo sendo o único grande partido da oposição, o FdI assumiu uma postura fortemente pró-NATO e pró-UE sobre a guerra na Ucrânia.
Dois partidos do governo Draghi que haviam elogiado anteriormente Putin, a Liga, de Matteo Salvini, e a Forza Itália (FI), de Silvio Berlusconi, também condenaram inequivocamente a agressão russa.
"Estamos a trabalhar para diversificar as fontes do nosso suprimento de gás, porque não podemos depender daqueles que, com o dinheiro dos italianos, estão a financiar a sangrenta guerra na Ucrânia", sublinhou ainda Di Maio.
O ministro italiano repetiu o apelo para que a União Europeia (UE) estabeleça um teto para o preço do gás.
O Governo italiano tem trabalhado para acabar com a dependência do país do gás russo desde a invasão da Ucrânia por Moscovo em 24 de fevereiro, preparando uma série de acordos para aumentar o fornecimento de outros lugares.
A proporção do gás italiano fornecido por Moscovo já caiu de 40 por cento no início do conflito para cerca de 25% neste momento, disseram fontes recentemente à agência de notícias ANSA. A participação da Argélia subiu para mais de 30%.
O Governo italiano "agiu rapidamente" para diversificar os fornecedores, esforçando-se para estabelecer alternativas com países como Argélia, Angola, Congo, Líbia, Egito, Israel e Moçambique, disse recentemente Mario Draghi.
A companhia petrolífera italiana Eni juntou-se recentemente ao maior projeto mundial de gás natural liquefeito (GNL) no Qatar.