Autor: Lusa/AO Online
“Significa que os cidadãos estão mais exigentes com a atuação da polícia e com o exercício da autoridade democrática, mas também 2022 compara com 2021 e 2020 que foram anos de pandemia e, portanto, é muito natural que depois da pandemia tenha havido outro tipo de exercício, de escrutínio da autoridade democrática das forças de segurança”, disse aos jornalistas José Luís Carneiro.
O ministro, que falava aos jornalistas na Escola Prática de Polícia, em Torres Novas, no final da cerimónia de encerramento do curso de 568 novos agentes da PSP, foi questionado sobre os dados da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) que indicam que queixas contra a atuação das polícias quase duplicaram nos últimos seis anos, passando de 772 em 2017 para 1.436 no ano passado.
José Luís Carneiro sublinhou que a PSP e a GNR, bem como as Forças Armadas, “estão entre as instituições que têm maiores níveis de confiança por parte dos cidadãos”, frisando que o trabalho das forças de segurança foi considerado “bom ou muito bom”.
Os dados do organismo que fiscaliza a atividade das polícias, a que agência Lusa teve acesso, indicam que a PSP é a força de segurança com maior número de queixas, tendo dado entrada na IGAI 538 participações contra a atuação dos agentes da Polícia de Segurança Pública em 2021, seguindo-se a Guarda Nacional Republicana, com 427, e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, com 233.
A IGAI avança que em 2022 recebeu 1.436 queixas contra a atuação dos elementos das forças de segurança, o maior número dos últimos seis anos e um aumento de 22,3% em relação a 2021.
Segundo a IGAI, quase metade das queixas (48%) contra a atuação das forças de segurança estiveram relacionadas com a violação de deveres de conduta (procedimentos ou comportamentos incorretos).